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Após relacionamento conturbado, Boris Johnson se despede de Elizabeth II

O ex-premiê do Reino Unido disse que este era "o dia mais triste do nosso país"; apesar de cordial, Johnson acumulou uma série de crises com a monarca

Por Amanda Péchy
Atualizado em 8 set 2022, 18h30 - Publicado em 8 set 2022, 17h39
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  • (FILES) In this file photo taken on June 23, 2021 Britain's Queen Elizabeth II greets Britain's Prime Minister Boris Johnson during an audience at Buckingham Palace in central London, the Queen's first in-person weekly audience with the Prime Minister since the start of the coronavirus pandemic. - Queen Elizabeth II, the longest-serving monarch in British history and an icon instantly recognisable to billions of people around the world, has died aged 96, Buckingham Palace said on September 8, 2022. Her eldest son, Charles, 73, succeeds as king immediately, according to centuries of protocol, beginning a new, less certain chapter for the royal family after the queen's record-breaking 70-year reign. (Photo by Dominic Lipinski / POOL / AFP)
    Boris Johnson chamou a rainha de "luz brilhante que finalmente se apagou" - 23/06/2022 (Dominic Lipinski/AFP)

    O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse nesta quinta-feira, 8, que o país sentiu uma profunda e pessoal perda com o falecimento da rainha Elizabeth II, prestando sua homenagem à monarca.

    + Morre a rainha Elizabeth II, aos 96 anos

    “Este é o dia mais triste do nosso país. No coração de cada um de nós há uma dor pelo falecimento de nossa Rainha, um sentimento profundo e pessoal de perda — mais intenso, talvez, do que esperávamos”, disse Johnson no Twitter.

    O ex-líder chamou a rainha, ainda, de “luz brilhante que finalmente se apagou”.

    “Ela parecia tão atemporal e tão maravilhosa que temo que tivéssemos acreditado, como crianças, que ela viveria eternamente”, acrescentou.

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    Johnson também disse que, como é comum em casos de perda, o Reino Unido só poderá entender agora, após sua morte, o que ela realmente significou para a nação.

    “Ao pensarmos no vazio que ela deixa, entendemos o papel vital que ela desempenhou, encarnando com imparcialidade e calma a continuidade e a unidade do nosso país”, disse.

    “Este é o dia mais triste do nosso país porque ela tinha um poder único e simples de nos fazer felizes. Por isso a amávamos”, completou Johnson. Ele concluiu que Elizabeth II não apenas modernizou a monarquia, mas produziu um herdeiro para seu trono, o rei Charles III, que pode fazer justiça ao seu legado, concluindo a mensagem com “Deus salve o rei” – frase que soa até estranha aos ouvidos após 70 anos de “Deus salve a rainha”.

    https://twitter.com/BorisJohnson/status/1567941244176809987/photo/1

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    No entanto, o relacionamento entre o ex-premiê e a monarca não foi sempre flores. Ele foi o 14º líder do país com quem ela manteve relações e suas reuniões semanais no Palácio de Buckingham.

    Enquanto ela mantém suas visões políticas e suas opiniões sobre cada primeiro-ministro em segredo, Johnson proporcionou vários momentos embaraçosos para a rainha – incluindo dois pedidos formais, como uma criança.

    Quebra de protocolo nas reuniões privadas

    Poucos minutos depois de chegar a Downing Street, a sede do governo, Johnson cometeu seu primeiro erro ao revelar detalhes de seu primeiro encontro privado com a rainha. Ele foi ouvido contando à equipe sobre o bate-papo, cujos detalhes devem ser secretos.

    Ela teria dito a ele: “Eu não sei por que alguém iria querer o seu emprego”.

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    Todas as quartas-feiras, a rainha se reunia com seu primeiro-ministro para se atualizar sobre assuntos nacionais importantes. As reuniões são realizadas em uma sala de audiência e são totalmente privadas, sem assessores presentes.

    Desculpas rastejantes

    Johnson foi forçado a se desculpar com a rainha depois que foi revelado que funcionários fizeram festas em Downing Street na noite anterior ao funeral de seu marido, o príncipe Philip.

    Naquela época, as restrições da Covid-19 proibiam reuniões em ambientes fechados com qualquer pessoa fora do núcleo familiar, o que impactou severamente o funeral – Elizabeth teve que sentar-se sozinha na cerimônia, e muitos membros da família faltaram ao evento.

    Não foi a primeira vez que o ex-premiê teve que pedir desculpas à rainha. Em 2019, depois que a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que Johnson agiu ilegalmente quando determinou a suspensão do Parlamento durante cinco semanas (logo antes de uma votação importante sobre o Brexit), ele colocou a rainha em uma sinuca de bico.

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    Isso porque o líder precisou solicitar a suspensão à rainha Elizabeth II, que assinou o pedido de forma processual. Com a condenação ficou parecendo que a monarca chancelou o crime, ou até fez parte dele.

    “Este tribunal conclui que a decisão de aconselhar a Vossa Majestade a suspender o Parlamento foi ilegal porque tinha o efeito de frustrar ou impedir a capacidade do Parlamento de realizar as suas funções constitucionais sem uma justificativa razoável”, afirmou a presidente da Suprema Corte, Brenda Hale, na época.

    Depois disso, ele pediu desculpas formais à rainha.

    Visitas indesejadas

    Outro momento desconfortável ocorreu em 2020, quando o ex-assessor-chefe do primeiro-ministro, Dominic Cummings, afirmou que Johnson queria visitar a rainha pessoalmente no início da pandemia de coronavírus, apesar da equipe de Downing Street já ter contraído a Covid-19.

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    O ex-assessor-chefe disse à BBC que teve que convencer o primeiro-ministro a não visitá-la, alertando sobre as consequências potencialmente graves.

    “Eu disse, o que você está fazendo? E ele disse, eu vou ver a rainha. E eu disse, do que diabos você está falando, você não pode ir ver a rainha”, disse Cummings em uma entrevista.

    “Ele disse, ah, isso é o que eu faço toda quarta-feira, dane-se isso, eu vou vê-la”, continuou.

    Downing Street negou que o incidente, enquanto o Palácio de Buckingham se recusou a comentar.

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