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Após seis dias de protestos, número de mortos chega a 21 no Irã

Entre as vítimas está um menino de onze anos; ao menos 450 pessoas foram detidas desde sábado (30)

Por Da Redação
Atualizado em 2 jan 2018, 17h35 - Publicado em 2 jan 2018, 12h44
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  • Nove pessoas  seis manifestantes, um garoto, um policial e um Guardião da Revolução  morreram durante protestos noturnos na região de Isfahan, no centro do Irã   anunciou a televisão pública iraniana nesta terça-feira 2. Seis manifestantes morreram em confrontos com as forças de segurança, quando tentavam invadir uma delegacia da cidade de Qahderijan, na província de Isfahan.

    Um menino de 11 anos morreu e seu pai foi ferido por disparos de manifestantes em Khomeinyshahr, acrescentou a mesma fonte.

    Segundo a emissora de televisão estatal, um membro dos Guardiães da Revolução, força de elite iraniana, morreu vítima de um disparo de um fuzil de caça em Kahriz Sang.

    Na segunda-feira, as autoridades haviam anunciado a morte de um policial, vítima de um disparo de fuzil de caça, em Najafabad. No total, 21 pessoas morreram nas manifestações iniciadas na quinta-feira passada em Machhad, a segunda cidade mais populosa do Irã, situada no nordeste do país. Esse número pode subir, uma vez que incidentes ainda estão sendo confirmados e os protestos devem se estender pelos próximos dias.

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    A televisão estatal reportou que cerca de 100 pessoas foram detidas ontem à noite na província de Isfahan. Desde sábado, foram pelo menos 450. “Pelo menos 200 pessoas foram detidas no sábado; 150, no domingo; e 100, na segunda”, declarou o subprefeito de Teerã, Ali-Asghar Nasserbakht, à agência de notícias Ilna, ligada aos reformistas.

    Desde quinta-feira , o Irã registra manifestações contra o governo e a situação econômica do país, o desemprego e a corrupção.

    Inimigos do regime

    Falando pela primeira vez sobre a onda de protestos, o líder supremo do país, Aiatolá Ali Khamenei, acusou os “inimigos do Irã” de causar instabilidade no país. “Nos últimos dias, inimigos do Irã usaram diferentes ferramentas, incluindo dinheiro, armas, política e aparatos de inteligência para criar tumultos na República Islâmica”, afirmou.

    Em um comunicado publicado em seu site, Khamenei prometeu fazer um discurso sobre os últimos acontecimentos “quando o momento certo chegar”. Ele não especificou quem seriam os “inimigos”, mas Ali Shamkhani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, disse que os Estados Unidos, o Reino Unido e a Arábia Saudita estavam por trás dos protestos.

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    “Os sauditas receberão uma resposta inesperada do Irã e eles sabem quão séria ela pode ser”, Shamkhani afirmou em uam entrevista à emissora libanesa Al Mayadeen TV.

    Reação internacional

    O Ministério de Relações Exteriores da Turquia expressou preocupação diante dos relatos de mortes e danos a prédios públicos durante a onda de protestos no Irã. Em um comunicado publicado nesta terça-feira, Ancara declarou que “acreditamos ser necessário evitar a violência e não sucumbir a provocações”, acrescentando que intervenções estrangeiras seriam evitadas.

    O chanceler britânico Boris Johnson pediu na segunda-feira que o Irã iniciasse um debate profundo sobre as questões levantadas pelos manifestantes, as quais ele considerou serem “legítimas e importantes”. Ele pediu que Teerã respeitasse o direito à liberdade de expressão e de manifestação pacífica dos iranianos.

    O mesmo pedido foi feito pelo presidente americano Donald Trump na última quinta-feira. Em sua conta pessoal no Twitter, Trump escreveu que “os regimes opressores não podem durar eternamente e chegará o dia em que o povo do Irã poderá escolher”. “O mundo está observando!”, alertou o presidente.

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    (com agências)

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