Após tentar golpe no Peru, Castillo diz ser alvo de ‘vingança política’
Ex-presidente está preso desde 7 de dezembro após tentar dissolver o Congresso
O ex-presidente do peruano Pedro Castillo disse nesta quinta-feira, 29, que foi vítima de uma “vingança política” de seus adversários. O político está preso desde 7 de dezembro em uma pequena prisão em uma base policial na capital após tentar dissolver o Congresso e dar um golpe no país.
Em audiência para tentar apelar contra a detenção, Castillo disse que não cometeu os crimes de rebelião e conspiração pelos quais está sendo investigado.
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“Esta prisão preventiva é injusta e só serviu para polarizar nosso país. Todo esse processo nada mais é do que uma vingança política”, afirmou ele no tribunal.
A expulsão e a detenção de Castillo provocaram uma onda de protestos de seus partidários e dos descontentes com o novo governo que, segundo dados do governo, já deixou pelo menos 22 mortos. Ele foi sucedido por Dina Boluarte, que fez parte da sua chapa como vice-presidente mas havia renunciado ao cargo pouco antes da tentativa de golpe.
“Nunca cometi um crime de rebelião, não peguei em armas, nem chamei ninguém para fazer isso. Quem se levantou armado para acabar com a vida de mais de 30 peruanos é o atual governo, deixando mais de 20 desaparecidos e mais de 200 feridos”, disse o ex-presidente.
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O governo de Boluarte anunciou estado de emergência há quase duas semanas para lidar com as manifestações, medida que concede poderes especiais às forças de segurança e limita liberdades à população como o direito a reuniões.
Grupos de direitos humanos vêm acusando a polícia de usar armas de fogo e bombas de fumaça contra os manifestantes e, em resposta, o Exército diz que são eles quem estão fazendo uso de explosivos caseiros contra as forças de defesa.