O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar, nesta terça-feira 14, sua ex-assessora na Casa Branca Omarosa Manigault Newman. Desta vez, adotou um tom especialmente insultante ao chamá-la de “cadela” e “demente”.
O presidente utilizou a palavra “dog” para se referir à Omarosa – o que pode ser traduzido literalmente como “cadela”, no caso de uma mulher. A expressão, contudo, não tem a mesma conotação que no Brasil e, nos Estados Unidos, significa algo como “pessoa desprezível”.
Na segunda-feira, Newman divulgou a gravação de uma conversa privada que teve com o presidente depois de ser demitida. Trump já a havia chamado de “delinquente” e “louca”, depois de ela vazado a gravação de sua demissão pelo chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, aparentemente na Sala de Crise da Casa Branca.
A disputa crescente foi atiçada pelo lançamento em breve de um livro de sua autoria, Unhinged (Desequilibrado, em tradução livre do inglês), no qual ela contará suas experiências de trabalho com o presidente dos Estados Unidos.
Omarosa ficou conhecida como participante do reality show de Trump, O Aprendiz, e depois conseguiu um trabalho de 180.000 dólares ao ano na Casa Branca. Ela foi demitida em dezembro de 2017.
Nesta terça, Trump intensificou a guerra verbal a um nível raramente visto, mesmo no caso de um presidente que não poupa insultos e ataques a seus críticos, rivais e até aliados.
“Quando você dá um tempo a uma demente, delinquente chorona, e dá a ela um trabalho na Casa Branca, acho que isso simplesmente não funcionou. Bom trabalho do general Kelly por ter rapidamente demitido essa cadela”, tuitou Trump.
Críticos repreenderam Trump pelo que disseram ser insinuações raciais e sexistas. “O presidente dos Estados Unidos está chamando uma mulher negra de cadela?… Como ele ousa chamar qualquer pessoa de cachorro?”, questionou a deputada democrata Frederica Wilson, que também é afro-americana, na rede de televisão CNN.
As gravações de Omarosa Newman, de 44 anos, representam uma violação da confiança presidencial. Na terça, ela explicou à rede de televisão CBS News o motivo pelo qual fez as gravações.
“Sou o tipo de pessoa que se protege. No mundo de Trump, todo mundo mente”, afirmou. “Todo mundo diz uma coisa um dia e muda sua história no dia seguinte. Queria ter este tipo de documentação… para o caso de me encontrar nesta posição na qual, como você disse, estão questionando minha credibilidade”.
(Com AFP e Reuters)