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As maiores crises enfrentadas pela rainha Elizabeth II

O reinado de Elizabeth II ganhou fama de estável e sóbrio. Não significa, no entanto, que não foi recheado de suculentos escândalos reais

Por Amanda Péchy
Atualizado em 8 set 2022, 15h28 - Publicado em 8 set 2022, 15h07

A rainha Elizabeth II, do Reino Unido, faleceu nesta quinta-feira, 8. A monarca ficou conhecida por seu extremamente estável e longevo – o maior do país – reinado. Mas muito deve-se não à ausência de conflitos durante seus 70 anos como rainha, e sim à sua habilidade de navegá-los.

Como quase todo chefe de Estado, seu período no poder acumula uma série de turbulências e escândalos – com uma pitada de sal extra devido ao efeito da realeza.

1. A princesa Margaret se apaixonou por um homem casado

O capitão Peter Townsend era um oficial da Força Aérea Real que serviu como escudeiro – essencialmente um atendente da família real. Ele passou muito tempo com Margaret e, em pouco tempo, os dois se apaixonaram. O único problema era que ele era casado.

As coisas ficaram ainda mais escandalosas em 1953, quando Townsend se divorciou de sua esposa e pediu Margaret em casamento. Mas as regras da Igreja da Inglaterra proibiam o match. (Afinal, o tio de Margaret, Edward VIII, teve que renunciar ao trono para se casar com uma divorciada, o que levou o pai de Elizabeth, e depois ela, ao trono.)

O relacionamento chegou ao fim em 1955, quando eles cancelaram o noivado. Simplesmente não havia como o capitão Townsend e a princesa Margaret terem um final feliz.

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2. A manchada “Princesa do Povo”

A lista é longa, mas um escândalo do reinado de Elizabeth sempre chama a atenção. Em 1981, todos os olhos estavam voltados para a família real quando o príncipe Charles se casou com uma plebeia, Lady Diana Spencer, em Londres. Embora o casal logo tenha dado as boas-vindas a dois filhos, William e Harry, seu casamento desmoronou rapidamente devido a infidelidades de ambos os lados, causando considerável constrangimento público para a rainha.

Em uma frase famosa, Diana brincou que “havia três de nós neste casamento, então estava um pouco lotado”, aludindo ao caso de Charles com Camilla, com quem ele veio a se casar depois, tornando-a Duquesa da Cornualha. A relação de Lady Di com Elizabeth II ficou conhecida como conturbada.

No entanto, Diana também deu indícios de adultério. A mídia britânica publicou a transcrição de uma conversa entre a princesa e um suposto amante chamado James Gilbey. Na conversa, Gilbey disse a Diana que a amava e a chamou pelo apelido de “Squidgy” 53 vezes. Foi assim que o escândalo ganhou o memorável apelido de “Squidgygate”.

Em 1995, Diana deu uma entrevista solo com o jornalista Martin Bashir para falar sobre as imensas pressões da vida pública e suas lutas com automutilação, depressão pós-parto e bulimia. Ela também revelou que sabia sobre o caso de Charles com Camilla.

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Depois que Charles e Diana se divorciaram em 1996, Diana permaneceu incrivelmente popular entre o público britânico (e internacional). Sua morte trágica no ano seguinte desencadeou uma tremenda onda de choque e tristeza, bem como indignação com a família real pelo que o público chamou de maus tratos à “Princesa do Povo”.

3. Os divórcios do “Annus Horribilis”

Em 1992, o 40º aniversário de Elizabeth no trono e o “Annus Horribilis” de sua família (de acordo com um discurso que ela fez em novembro daquele ano), tanto Charles e Diana quanto o príncipe Andrew e sua esposa, Sarah Ferguson, se separaram, enquanto a princesa Anne e seu marido, Mark Phillips, se divorciaram.

Paparazzi capturaram Sarah de férias com um consultor financeiro americano chamado John Bryan. Em uma foto – estampada na primeira página do The Sun – Bryan parecia estar lambendo o pé real. A relação não durou muito mais.

Já Anne e Mark tiveram um casamento que a revista People descreveu como uma “farsa sem alegria”. O que motivou o divórcio foi quando um tabloide britânico relatou cartas “extremamente íntimas” e “quentes” entre Anne e um de seus escudeiros – um oficial da marinha britânica chamado Timothy Laurence.

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Depois disso, a princesa comunicou que ia se casar com o funcionário da família real. Os dois estão juntos desde então.

4. “A Firma” e sua grana

Não é à toa que a instituição da família real britânica ficou conhecida como “A Firma”, termo popularizado após o afastamento de Harry e Meghan dos deveres reais (leia mais no item 4).

Naquele mesmo ano de 1992, o Castelo de Windsor também foi alvo de protestos sobre o uso de fundos do governo para reformar a residência real.

A rainha Elizabeth concordou em pagar impostos sobre sua renda privada, o que não era exigido pela lei, embora alguns outros monarcas também tivessem feito a mesma escolha. Na época, sua fortuna pessoal era estimada em US$ 11,7 bilhões.

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5. Megxit e o neto rebelde

Os anos 1990 foram cheios de acontecimentos, mas os netos da rainha deram continuidade aos escândalos. Depois de admitir ao pai que havia experimentado maconha, o príncipe Harry, de 17 anos, passou um dia no centro de reabilitação Featherstone Lodge, em Londres. Um comunicado da família real disse que Harry concordou em visitar a clínica “para aprender sobre as possíveis consequências de começar a usar cannabis”.

Dez anos depois, foram vazadas fotos de um príncipe Harry nu, então com 27 anos, enquanto estava de folga em Las Vegas antes de sua missão no Afeganistão.

O mesmo príncipe, mais maduro, casou-se em 2018 com a atriz Meghan Markle, mas os dois decidiram se afastar dos deveres reais em 2020, gerando mais turbulência na monarquia britânica.

Em uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey sobre o desentendimento, os dois revelaram que membros da família real tinham “preocupações e conversas” sobre como a pele de Archie seria escura. Meghan também se abriu sobre ter pensamentos suicidas em meio a constantes críticas de tabloides e situações de racismo, e disse que um membro sênior da instituição real não a deixou procurar ajuda.

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6. O escândalo sexual de Príncipe Andrew

Além disso, um dos maiores escândalos do reinado envolve o príncipe Andrew, que foi sido acusado de assédio sexual por Virginia Guiffre, menor de idade na época do incidente. Andrew era amigo íntimo do financista americano e criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, encontrado morto em sua cela de prisão em agosto de 2019 enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.

No início de 2022, em meio ao processo civil contra ele, Andrew foi destituído de seus cargos militares honorários, bem como de seus deveres reais. No entanto, ele negou as alegações, embora tenha falado (em uma entrevista catastrófica à BBC) sobre sua amizade com Epstein.

Esses escândalos mostram claramente que, embora a vida real pareça um sonho, pode ser, na verdade, um pesadelo.

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