A poucos meses da Olimpíada de Paris, turistas tiveram que ficar do lado de fora de barreiras e só olhar de longe a Torre Eiffel nesta segunda-feira, 19. O monumento, um dos pontos turísticos mais visitados do mundo, foi fechado por uma greve de funcionários, que alegam erros na forma que o ponto turístico é gerido financeiramente.
Segundo o sindicato que representa os trabalhadores, a cidade de Paris, que detém 99% da empresa que supervisiona a torre, Societe d’Exploitation de la Tour Eiffel (SETE), segue um modelo de negócios que se baseia numa estimativa inflacionada do número futuro de visitantes, ao mesmo tempo que subestima os custos atuais. Isto, por sua vez, pode resultar em trabalhos de manutenção negligentes e colocar os visitantes em risco, dizem eles.
“Os visitantes podem sofrer, lamentamos muito, mas é para garantir a melhor qualidade para os visitantes no futuro”, disse o representante sindical Stéphane Dieu à rádio France Info.
Sob o modelo de negócios, a cidade de Paris também está aumentando a taxa de licenciamento da torre de 16 milhões de euros ao ano para 50 milhões de euros, o que, segundo os sindicato, é impraticável, especialmente depois da queda nas receitas durante a pandemia de Covid-19.
A Torre Eiffel atrai quase 7 milhões de visitantes por ano, cerca de três quartos deles estrangeiros, segundo dados do governo. Durante a pandemia, os números caíram drasticamente por conta de restrições de entrada no país e turismo, mas começaram uma retomada e alcançaram 5,9 milhões em 2022.
Com a Olimpíada, que acontece de 26 de julho a 11 de agosto, espera-se que o número de visitantes na capital francesa volte a crescer. A projeção colocada na avaliação financeira do governo é de 7,4 milhões de visitantes.
Numa declaração conjunta, os sindicatos apelaram à cidade de Paris “para ser razoável nas suas exigências financeiras para garantir a sobrevivência do monumento e da empresa que o explora”.