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Assange recusa extradição voluntária para os EUA

Fundador do WikiLeaks recusou as acusações da promotoria e mostrou orgulho por "fazer um jornalismo que ganhou muitos prêmios e atingiu muitas pessoas"

Por Da Redação
2 Maio 2019, 15h06

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, negou nesta quinta-feira, 2, seu “consentimento” ao pedido de extradição apresentado pelos Estados Unidos, onde responderá à Justiça pelo vazamento de documentos confidenciais do governo.

Assange prestou seu depoimento à Corte de Londres por videoconferência da prisão de segurança máxima Belmarsh, no sudeste da capital inglesa. Em um dado momento, ele foi questionado pelo juiz Michael Snow se queria atender voluntariamente ao pedido de extradição.

“Não desejo me render para a extradição por fazer um jornalismo que ganhou muitos prêmios e atingiu muitas pessoas”, respondeu o réu.

Ao defender a extradição, o advogado Ben Brandon, representante do governo americano, explicou que o mandado de prisão preventiva contra o jornalista foi fundamentado em um pedido feito no estado de Virginia. Assange responderia por “uma tentativa de acesso a um computador sem consentimento e pelo acesso a outro computador sem autorização.”

Chelsea Manning (uma ex-analista de inteligência do Exército dos Estados Unidos baixou uma série de documentos confidenciais. Eles incluíam cerca de 90.000 relatórios sobre a guerra no Afeganistão, 400.000 relatórios de atividades no Iraque e 250.000 telegramas de departamentos de Estado”, detalhou o advogado.

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Segundo Brandon, o passo seguinte de Manning foi entregar os documentos para o WikiLeaks. Ela e Assange teriam “conspirado para repercutir as informações” vazadas, e o fundador do site “concordou em ajudar a ex-militar a decodificar a senha conectada ao servidor do governo.”

A promotoria americana pretende realizar a primeira audiência sobre o caso no próximo dia 12 de junho. Sob a Constituição dos Estados Unidos, os crimes da dupla podem render até cinco anos de prisão a Assange, mas Brandon deixou claro que a Justiça do país pretende apresentar outras queixas.

Após a audiência de hoje, o juiz Snow anunciou que a deliberação sobre o assunto está suspensa até o dia 30 de maio. Durante os depoimentos, dezenas de manifestantes pró-Assange, incluindo 80 coletes amarelos vindos da França, carregaram placas e bloquearam uma rua nas proximidades do Tribunal de Londres.

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Um caminhão atravessado na via estampava a inscrição “#DiscursoLivre” e fotos de Assange e Manning com as bocas tampadas por uma bandeira americana. O protesto acabou pacificamente com a chegada de força policial.

Esta foi a segunda aparição do australiano de 47 anos na Corte britânica desde sua prisão na embaixada equatoriana em 11 de abril. Na última quarta-feira 1 ele ainda foi condenado a quase um ano de prisão por faltar em uma audiência em 2012, quando buscou o asilo em Londres.

Assange deveria ter ido à Suécia, onde era investigado por acusações de assédio e estupro. O jornalista, negando ter cometido qualquer crime, alegou que buscou refúgio por medo de um suposto acordo dos suecos para entregá-lo às autoridades americanas por seu trabalho no WikiLeaks.

(Com EFE)

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