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Assassinato de ex-premiê japonês pode ter relação com grupo religioso

De acordo com a emissora NHK, o autor dos disparos guardava rancor contra a Igreja da Unificação, que supostamente foi alavancada pelo avô de Shinzo Abe

Por Matheus Deccache Atualizado em 16 jul 2022, 01h08 - Publicado em 12 jul 2022, 18h04
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  • A Igreja da Unificação do Japão disse nesta terça-feira, 12, que está intrigada com relatos do suposto ressentimento mantido pelo homem suspeito de assassinar o ex-ministro japonês, Shinzo Abe, na última sexta-feira, 8.

    “Há uma grande distância entre ter ressentimento em relação à nossa associação e matar o ex-primeiro-ministro Abe”, disse Tomihiro Tanaka, presidente do escritório japonês da Federação das Famílias para a Paz Mundial e Unificação, em entrevista coletiva, completando que está disposto a cooperar totalmente com as investigações. 

    + Partido de Shinzo Abe fica próximo da vitória, dois dias após assassinato

    Os comentários da igreja foram feitos depois que a emissora local NHK informou que o suspeito do crime, Tetsuya Yamagami, de 41 anos, atacou o político por acreditar que o avô dele – que também ocupou o mesmo cargo – havia ajudado na expansão do grupo o qual ele guarda rancor.

    O avô de Abe, Nobusuke Kishi, foi premiê japonês de 1957 a 1960 e também foi alvo de um atentado, mas sobreviveu mesmo após ter sido esfaqueado seis vezes. 

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    “Achei que o ex-primeiro-ministro Nobusuke Kishi contribuiu para a expansão do grupo religioso e pensei em matar seu neto, o ex-primeiro-ministro Abe”, disse o suspeito aos investigadores, de acordo com a NHK.

    Segundo Yamagami, ele passou a guardar rancor contra a Igreja da Unificação depois que sua mãe entrou para o grupo e fez uma grande doação, fazendo com que sua vida familiar virasse uma bagunça. Embora tenha confessado que atirou contra o premiê, ele ainda não foi formalmente acusado. 

    De acordo com Tanaka, a mãe do suspeito frequentava os eventos cerca de uma vez por mês e ele próprio nunca foi membro do grupo. O presidente também negou que Kishi tenha tido qualquer papel na expansão da Igreja da Unificação, dizendo que ele “nunca tomou nenhuma medida especial ou teve qualquer influência especial na disseminação da religião”.

    + Polícia japonesa admite falha na segurança de Shinzo Abe

    A Igreja da Unificação foi fundada em 1954 na Coreia do Sul e ganhou destaque no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, período de turbulência no país, que estava em processo de transformação para se tornar uma das maiores economias do mundo.

    Na década de 1980, a igreja tinha um alcance global e continua proeminente em partes da Ásia até os dias de hoje. Ela se tornou famosa devido a seus casamentos em massa, nos quais milhares de jovens casais realizam a cerimônia ao mesmo tempo, com algumas noivas e noivos se encontrando pela primeira vez no dia do casamento.

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