Assessor de Zelensky critica Nobel da Paz e ironiza escolha dos vencedores
Ativista bielorrusso preso Ales Bialiatski, organização russa Memorial e grupo ucraniano Centro para Liberdades Civis foram os ganhadores deste ano
Principal assessor e porta-voz do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o conselheiro Mikhaylo Podolyak criticou nesta sexta-feira, 7, a escolha dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2022.
Por meio Twitter, ele disse que o comitê norueguês tem uma “compreensão interessante da palavra ‘paz’, já que representantes de dois países que atacam um terceiro recebem o prêmio juntos”.
“Nem as organizações russas nem bielorrussas foram capazes de se opor a esta guerra”, disse ele.
Nobel Committee has an interesting understanding of word "peace" if representatives of two countries that attacked a third one receive @NobelPrize together. Neither Russian nor Belarusian organizations were able to organize resistance to the war. This year's Nobel is "awesome".
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) October 7, 2022
A edição deste ano anunciou os vencedores nesta sexta-feira. O ativista bielorrusso preso Ales Bialiatski, a organização russa Memorial e o grupo ucraniano Centro para Liberdades Civis ganharam o prêmio destacando o significado da sociedade civil para a paz e a democracia.
O governo de Belarus é um apoiador do Kremlin na guerra da Ucrânia e seu líder, Aleksander Lukashenko, conhecido como o “último ditador da Europa”, é um dos principais aliados do presidente russo, Vladimir Putin.
O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 10 milhões de coroas suecas, ou cerca de 4,7 milhões de reais, será entregue em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte do empresário sueco Alfred Nobel, que fundou os prêmios em seu testamento de 1895.
+ Nobel da Paz premia defensores de direitos em Belarus, Rússia e Ucrânia
De acordo com o comitê de seleção do Nobel, “os laureados com o Prêmio da Paz representam a sociedade civil em seus países de origem que promovem há muitos anos o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos”.
“O Nobel da Paz deste ano é incrível”, ironizou Podolyak.