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Ataque contra usina nuclear na Ucrânia é ‘suicídio’, diz chefe da ONU

Enquanto Moscou e Kiev trocam acusações, linhas de alta tensão foram danificadas no domingo, forçando maior usina da Europa a reduzir produção

Por Da Redação Atualizado em 9 ago 2022, 01h43 - Publicado em 8 ago 2022, 10h48
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  • O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta segunda-feira, 8, que inspetores internacionais recebam acesso à usina nuclear de Zaporizhzhia, após a Ucrânia e a Rússia trocarem acusações sobre ataques contra a maior usina nuclear da Europa durante o fim de semana.

    “Qualquer ataque contra uma usina nuclear é suicídio”, disse Guterres durante evento no Japão, dois dias depois de participar de uma cerimônia em memória às vítimas de Hiroshima, onde houve o primeiro ataque a bomba atômica do mundo.

    Nesta segunda-feira, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que a Ucrânia bombardeou Zaporizhzhia no domingo, danificando as linhas de alta tensão e forçando a usina a reduzir sua produção.

    Kiev negou as acusações e atribuiu a autoria dos ataques, que acontecem desde sexta-feira, 5, a Moscou. A empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, Energoatom, informou que um funcionário da instalação foi ferido durante o bombardeio.

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    + ONU alerta para ‘risco muito real’ de desastre nuclear na Ucrânia

    Durante condenação aos ataques, Guterres pediu também que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU, tenham acesso à usina.

    “Apoiamos totalmente a AIEA em todos os seus esforços para criar as condições de estabilização da usina”, disse.

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    O chefe da AIEA, Rafael Mariano Grossi, já havia alertado no sábado, 6, que os ataques “sublinham o risco muito real de um desastre nuclear”.

    O embaixador da Ucrânia na AIEA, Yevhenii Tsymbaliuk, reforçou o apelo pela intervenção de especialistas internacionais na usina e acusou forças russas por tentar causar apagões de eletricidade no sul do país ao atacar Zaporizhzhia.

    O complexo da usina foi capturado por forças russas no início de março, mas ela ainda é administrada por técnicos ucranianos.

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    Em um discurso televisionado no domingo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o “terror nuclear” praticado por Moscou justificava mais sanções internacionais, desta vez contra o setor nuclear russo. “Não existe tal nação no mundo que possa se sentir segura quando um estado terrorista atira em uma usina nuclear”, disse o líder ucraniano.

    + Na Ucrânia, maior usina nuclear da Europa está ‘fora de controle’, diz ONU

    A Ucrânia diz que a Rússia transformou a fábrica em uma base militar, tornando extremamente difícil atingir as tropas e equipamentos russos no interior.

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    De acordo com o Instituto de estudos da Guerra (ISW), sediado em Washington, o Kremlin estaria “efetivamente usando a usina como um escudo nuclear para evitar ataques ucranianos a forças e equipamentos russos”. A instituição acrescentou que Moscou estava “jogando com os temores ocidentais” de um desastre nuclear como forma de dissuadir o apoio militar internacional à Ucrânia.

    Autoridades russas instaladas na área disseram que as forças ucranianas atingiram o local com um lançador de foguetes múltiplos, danificando prédios administrativos e uma área perto de uma instalação de armazenamento. Segundo os líderes pró-Rússia que ocupam os arredores da fábrica, as forças ucranianas “decidiram colocar toda a Europa à beira de uma catástrofe nuclear” ao supostamente bombardear a usina.

    A embaixada russa nos Estados Unidos, por sua vez, publicou um comunicado descrevendo os danos no local.

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    “Nacionalistas ucranianos lançaram um ataque de artilharia no território do objeto especificado em 5 de agosto. Duas linhas de alta tensão e uma tubulação de água foram danificadas como resultado do bombardeio. Somente graças às ações efetivas e oportunas dos militares russos na cobertura da usina nuclear, sua infraestrutura crítica não foi afetada”, disse a embaixada.

    Petro Kotin, chefe da Energoatom, disse que a criação de uma zona desmilitarizada ao redor do local e a presença de forças de paz “resolveriam o problema” na região.

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