A ativista dos direitos das mulheres sauditas Loujain al-Hathloul, de 31 anos, foi libertada de uma prisão na Arábia Saudita, após cumprir quase três anos de pena. Ela fez campanha pelo direito de as mulheres dirigirem carros e para acabar com o sistema patriarcal do reino. Na tarde desta quarta-feira, Leila, irmã de Loujain, publicou uma foto dela nas redes sociais. “Loujain está em casa!!!”, escreveu.
Segundo grupos de direitos humanos e a família de Loujain, ela teria sido submetida na prisão a torturas e abusos como choques elétricos, afogamento, açoitamento e agressões sexuais. As autoridades sauditas negam as acusações.
Em março de 2018, Loujain foi presa nos Emirados Árabes Unidos, onde estudava, e foi levada a força para Riade. Ela foi mantida em prisão domiciliar antes de ser transferida para uma penitenciária, em maio. Estava entre muitas ativistas presas pelos sauditas.
Após dez meses na prisão, Loujain começou a ser julgada em março de 2019. Em agosto do mesmo ano, a família revelou que ela havia rejeitado uma proposta de liberdade em troca de uma declaração em vídeo negando que ela tivesse sido torturada sob custódia.
Em outubro do ano passado, Loujain fez greve de fome – a segunda de 2020 – para protestar contra as condições de sua detenção. A família disse que ela abandonou o protesto após duas semanas porque seus carcereiros a acordavam a cada duas horas. Em novembro, seu caso foi transferido de um tribunal criminal comum para um tribunal especial contra terrorismo.
Em 28 de dezembro de 2020, foi condenada a cinco anos e oito meses de prisão, com dois anos e 10 meses de suspensão. As acusações contra ela incluem tentar mudar o sistema político saudita e prejudicar a segurança nacional.