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Austrália: Arcebispo é considerado culpado por encobrir casos de pedofilia

Philip Wilson teria acobertado casos de abusos sexuais do sacerdote James Fletcher, já falecido

Por Da redação
Atualizado em 22 Maio 2018, 17h09 - Publicado em 22 Maio 2018, 10h08
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  • Um tribunal da Austrália declarou nesta terça-feira 22 o arcebispo de Adelaide, Philip Wilson, culpado de encobrir casos de pedofilia durante a década de 70. A sentença será anunciada no dia 19 de junho.

    O juiz do tribunal de Newcastle, Robert Stone, considerou o arcebispo culpado de quatro casos de acobertamento de abusos sexuais cometidos pelo falecido sacerdote James Fletcher.

    Wilson, que é o mais alto membro da Igreja Católica a ser acusado de um crime de ocultação de abuso sexual de menores, poderá ter pena máxima de dois anos de prisão, embora possa ter a condenação suspensa, segundo a emissora local ABC.

    A principal acusação contra Wilson é por não denunciar os abusos cometidos por Fletcher contra um menino de 10 anos, identificado como Peter Creigh, na região de Hunter Valley, perto de Newcastle, em 1971, quando teve conhecimento deles.

    Durante o processo, o juiz Stone disse que o testemunho de Creigh lhe pareceu crível e verdadeiro. “Estou satisfeito e descobri que o sr. Creigh descreveu ao acusado que ele fez sexo oral com Fletcher e se masturbou com o senhor Fletcher”, disse o magistrado, de acordo com a ABC.

    O juiz acrescentou que não admite que Wilson, arcebispo de Adelaide desde 2001 e acusado em 2015, não lembre uma conversa que teve com Creigh em 1976 quando a vítima, com aproximadamente 15 anos, descreveu o abuso cometido por Fletcher.

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    Ele também ressaltou que Creigh “não tinha motivo ou interesse em enganar ou inventar a conversa” sobre os abusos de Fletcher, que foi condenado em 2004 em nove acusações de abusos sexuais e morreu na prisão treze meses depois.

    “Ele sabia que o que o jovem estava dizendo era possível”, afirmou Stone, apontando que Wilson conhecia a família da vítima.

    Durante o processo, a defesa argumentou que o arcebispo, que possui um marcapasso e que foi diagnosticado recentemente com doença de Alzheimer, não estava em condições de comparecer perante o juiz, pois a doença afetou suas “funções cognitivas”.

    O arcebispo nega que a vítima tenha lhe relatado o abuso. Seu advogado, Stephen Odgers, por outro lado, argumentou que o clérigo nunca deveria ser processado por encobrimento, pois naquela época abuso sexual a criança era considerado “ato indecente”, e não crime.

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    Wilson foi acusado após uma vasta investigação policial que revelou vários casos de encobrimento de antigos e atuais clérigos da diocese de Maitland-Newcastle.

    “Estou obviamente contrariado pela decisão divulgada hoje”, disse, em um breve comunicado, o arcebispo Wilson. “Agora devo considerar as razões e consultar meus advogados para determinar os próximos passos”,

    O arcebispo seguirá em liberdade condicional até a determinação da sentença.

    A Igreja Católica, com forte presença na Austrália, recebeu queixas de 4.500 pessoas por supostos abusos a menores cometidos por cerca de 1.880 membros desta instituição entre 1980 e 2015, embora alguns casos sejam da década de 20.

    (Com EFE)

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