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Após ataque a hospital, reunião entre líderes árabes e Biden é cancelada

Jordânia justificou que 'não faz sentido fazer nada' que não seja parar a guerra; Presidente dos EUA falou em 'adiamento' do encontro e segue para Tel Aviv

Por Da Redação
Atualizado em 17 out 2023, 19h35 - Publicado em 17 out 2023, 19h16
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  • A Jordânia cancelou, nesta terça-feira, 17, um encontro entre entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os líderes da Jordânia, do Egito e da Autoridade Palestina, marcado para esta quarta-feira, 18. A recusa de última hora ocorreu após um ataque aéreo a um hospital de Gaza, que pode ter deixado até 500 mortos.

    “Não faz sentido fazer nada neste momento, além de parar esta guerra”, disse o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, à emissora árabe Al Jazeera.

    A reunião ocorreria nesta quarta-feira, 18, na cidade de Amã, capital da Jordânia. Depois de uma bilateral em Tel Aviv com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Biden vai se encontrar com o rei Abdullah da Jordânia e o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, com objetivo de acelerar a coordenação para envios de ajuda humanitária à Faixa de Gaza

    O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, já havia cancelado sua presença. Apesar de há muito se opor ao Hamas, decidiu retornar a Ramallah, capital da AP, na Cisjordânia. 

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    Um funcionário da Casa Branca disse a repórteres que o presidente Biden “adiará” sua viagem à Jordânia após consultar o rei do país, Abdullah II, e tendo em consideração os dias de luto devido ao ataque ao hospital de Gaza, anunciados por Abbas.

    “O presidente enviou as suas mais profundas condolências pelas vidas inocentes perdidas na explosão do hospital em Gaza e desejou uma rápida recuperação aos feridos. Ele espera consultar pessoalmente estes líderes em breve e concordou em permanecer regular e diretamente envolvido com cada um deles. deles nos próximos dias”, disse o funcionário da Casa Branca.

    Ataque a hospital

    Segundo o Ministério da Saúde palestino, sob controle do Hamas, a responsabilidade pela tragédia no hospital Al Ahli Arabi seria de Israel, que prontamente negou a acusação e se comprometeu a investigar o massacre.

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    As autoridades de saúde em Gaza afirmaram que “o hospital abrigava centenas de doentes e feridos, e pessoas deslocadas à força de suas casas”, e apontou para o que seria um crime de guerra, já que ataques propositais a edifícios civis são proibidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Segundo o Ministério da Saúde palestino, o número de mortos pode chegar a 500.

    + Escola que abrigava 4 mil pessoas em Gaza foi atingida por Israel, diz ONU

    Em contrapartida, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que hospitais “não são alvos” e acusou a Jihad Islâmica, grupo terrorista aliado ao Hamas, de atingir o edifício.

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    “Segundo informações da inteligência, serviços secretos e de várias fontes que temos, a organização terrorista Jihad Islâmica é responsável pelo disparo frustrado que atingiu o hospital”, informou o Estado de Israel na plataforma X, antigo Twitter.

    + Israel afirma que hospitais ‘não são alvo’ e culpa terroristas pelo ataque

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    As defesas israelenses comunicaram também que “uma análise dos sistemas operacionais das FDI indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza, passando nas proximidades do hospital Al Ahli em Gaza no momento em que foi atingido”.

    Hamas x Autoridade Palestina

    A Autoridade Palestina, ao contrário do Hamas, não é considerado um grupo extremista ou radical há décadas pela comunidade internacional. Quem controla o órgão é o Fatah, um partido fundado em 1959, após o êxodo palestino conhecido como Nakba, por Yasser Arafat (1929-2004) e Abbas.

    O Fatah é secular, ou seja, livre de dogmas religiosos. Seu nome significa “conquistar”, além de ser um acrônimo para o árabe “Harakat al-Tahrir al-Filistiniya” – que em português significa Movimento de Libertação Nacional da Palestina.

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    Inicialmente, sua estratégia era libertar o território da Palestina histórica através da luta armada contra o Estado de Israel. Após a Guerra Árabe-Israelense de 1967, sob a gestão de Arafat, o Fatah se tornou o partido dominante na Organização de Libertação da Palestina (OLP), que foi classificada como uma organização terrorista pelo governo israelense por assassinatos e sequestros de civis.

    No entanto, nas décadas de 1970 e 1980, o Fatah passou por mudanças radicais após sua expulsão do Líbano e da Jordânia, quando começou a fazer negociações com Israel. Após renunciar à luta armada completamente em 1990, a OLP tornou-se representante dos palestinos nas Nações Unidas. Também assinou os Acordos de Oslo, que levaram à criação da Autoridade Palestina, responsável pela população da Cisjordânia.

    O Fatah também governava a Faixa de Gaza até 17 anos atrás. No entanto, o braço político do Hamas venceu as eleições de 2006 no território, além de sair vitorioso de uma breve guerra civil contra as forças leais ao partido de Abbas.

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