Políticos e militares da Alemanha iniciaram um debate sobre o retorno do serviço militar obrigatório no país, depois que o novo ministro da Defesa do país, Boris Pistorius, afirmou na semana passada que o fim do recrutamento geral, em 2011, foi um “erro”. Segundo defensores da medida, o resultado foi um afastamento do público das instituições cívicas.
A comissária parlamentar alemã para as Forças Armadas, Eva Högl, instigou o governo a pensar se a escassez de soldados nas fileiras do exército alemão poderia ser resolvida com a volta do serviço cívico obrigatório.
“Definitivamente precisamos de mais pessoal na Bundeswehr (Forças Armadas unificadas da Alemanha)”, disse Högl ao jornal Augsburger Allgemeine.
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Jan Christian Kaack, chefe da marinha alemã, também concorda com a volta do serviço obrigatório e propôs ao governo seguir o modelo norueguês. Na Noruega, homens e mulheres são convocados para exames ao completar 19 anos, mas apenas os mais motivados são convocados para o exército.
“Acredito que uma nação que precisa se tornar mais resiliente em tempos como estes”, disse Kaack.
Na declaração de Pistorius, o novo ministro fala que a eliminação do serviço obrigatório foi um erro por conta da questão doméstica de aceitação social das forças armadas na sociedade alemã, não à ameaça enfrentada pela Rússia. “Antigamente, havia um recruta em cada mesa da cozinha”, afirmou. “O que significa que sempre houve uma conexão com a sociedade civil em geral.”
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De 1956 a 2011, homens alemães eram obrigados a prestar algum tipo de serviço cívico ao completar 18 anos. Caso não quisessem servir ao exército, eles podiam trabalhar em instituições como hospitais ou lares para idosos. Em 2011, a então chanceler alemã, Angela Merkel, suspendeu a regra.
Desde então, oficiais do exército passaram a reclamar do esvaziamento de quartéis. Instituições sociais também foram afetadas pela falta de jovens para trabalhar em serviços de saúde.
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O governo alemão não aprova o debate e considera “sem sentido” trazer de volta o alistamento obrigatório, argumentando ainda que isso não poderia ser feito de uma hora para a outro.
Para esse retorno, o governo teria que gastar milhões de euros para reconstruir e modernizar os quartéis e comprar armas e equipamentos para o treinamento dos recrutas. Exércitos modernos exigem pessoal treinado em equipamentos militares cada vez mais complexos, os jovens servindo por apenas alguns meses seriam de pouca utilidade para o fortalecimento do Bundeswehr.