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Bachelet se diz “chocada” com tratamento dos EUA a imigrantes

Alta comissária das ONU para os Direitos Humanos repercutiu as denúncias sobre as más condições de alojamentos para crianças refugiadas

Por Da Redação
8 jul 2019, 16h40
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  • A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, está “chocada” com as condições em que os Estados Unidos estão mantendo imigrantes e refugiados detidos na fronteira com o México, afirmou um comunicado publicado por seu escritório nesta segunda-feira, 8.

    “Como pediatra, mas também como mãe e ex-chefe de Estado, estou profundamente chocada que crianças sejam forçadas a dormir no chão em instalações superlotadas, sem acesso adequado a cuidados de saúde ou alimentação, e com condições de saneamento ruins”, completou a ex-presidente do Chile, se referindo às recentes denúncias sobre as más condições dos alojamentos para menores, separados de seus pais.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez da repressão à imigração um dos pilares de seu governo e de sua campanha de reeleição para 2020.

    Parlamentares da oposição democrata e ativistas de direitos civis que visitaram centros de detenção de imigrantes ao longo da fronteira americana descreveram um cenário de pesadelo, marcado pela superlotação e pelo acesso inadequado a alimentação, água e outras necessidades básicas.

    Na semana passada, o inspetor-geral do Departamento de Segurança Interna (DHS) publicou fotos de centros de acolhimento de imigrantes do Vale do Rio Grande, no Texas, com o dobro de pessoas para os quais foram construídos.

    “Na maioria destes casos, os imigrantes e refugiados embarcaram em jornadas perigosas com seus filhos em busca de proteção e dignidade e longe da violência e da fome”, disse Bachelet.

    “Quando finalmente acreditam que chegaram em segurança, podem se ver separados de seus entes queridos e trancafiados em condições indignas. Isto nunca deveria acontecer em lugar nenhum”, lamentou a chilena.

    A privação da liberdade de adultos deveria ser uma medida de último caso e durar o menor tempo possível, com exceções dentro da lei e nas condições dos padrões internacionais de direitos humanos, continuou a nota.

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    A comissária ainda argumentou que deter uma criança, ainda que por períodos curtos e em boas condições, pode ter um impacto grave em sua saúde e seu desenvolvimento.

    “O controle fronteiriço não deveria se basear em políticas estreitas que visam somente detectar, deter e deportar rapidamente imigrantes irregulares”, completou.

     

    (com Reuters)

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