Um tribunal antiterrorista de Bangladesh condenou à morte nesta quarta-feira, 27, sete dos oito acusados por um ataque que deixou 22 mortos em um restaurante de Daca em julho de 2016. A maior parte das vítimas do atentado era estrangeira.
Os condenados são considerados autores intelectuais e logísticos do ataque. Os cinco terroristas que entraram no restaurante no dia 1º de julho de 2016 foram mortos pelas forças de elite, após torturarem os reféns por horas antes de matar muitos deles com facões.
O ataque violento tinha o objetivo de desestabilizar o país, afirmou o juiz Mojibur Rahman, do tribunal especial antiterrorista. “Queriam prejudicar a segurança pública, criar anarquia e estabelecer um estado jihadista”, disse o magistrado em sua sentença.
“Os sete condenados serão executados por enforcamento”, decidiu Rahman. Um dos homens julgados, Boro Mizan, foi absolvido, já que as acusações contra ele não puderam ser comprovadas, segundo o advogado de defesa Delwar Hossain.
Depois de ouvir a sentença e antes de deixar o tribunal, alguns condenados gritaram “Allahu Akbar” (Deus é grande) e “viva a fé do islã”.
O atentado de 1º de julho de 2016 foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). Segundo a Justiça, os homens condenados fazem parte da organização local Jamaatul Mujahideen Bangladesh (JMB), que pretendia instalar uma base do EI em Bangladesh, um país onde predomina o Islã moderado.
Todos eles foram presos entre julho de 2016 e janeiro deste ano e, juntamente com o absolvido Boro Mizan, foram acusados de assassinato por participar da organização, treinamento e fornecimento de armas para o ataque.
Durante o ataque, vários homens armados com fuzis e facões invadiram um café em um bairro residencial de Daca frequentado por estrangeiros. Após uma operação de duas horas, as forças de segurança libertaram 20 reféns.
Entre as vítimas, 17 eram estrangeiras. A maioria dos mortos eram de nacionalidade japonesa e italiana.
Oito homens, incluindo o líder do grupo armado, Tamim Ahmed Chowdhury, um canadense de origem bengalesa, morreram em operações executadas pelas forças de segurança nos meses seguintes ao massacre do café Holey Artisan Bakery.
(Com EFE e AFP)