Steve Bannon, o principal conselheiro do ex-presidente Donald Trump, se rendeu nesta quinta-feira, 8, ao escritório do promotor de Manhattan em um caso de fraude e lavagem de dinheiro ligadas ao muro na fronteira com o México.
Bannon enfrenta duas acusações de lavagem de dinheiro e conspiração, e uma acusação de conspiração para fraude, em conexão com seu trabalho na We Build the Wall Inc., organização sem fins lucrativos de arrecadação de fundos para ajudar a cumprir a promessa de Trump de construir um muro ao longo da fronteira dos Estados Unidos com o México.
Se Bannon for condenado, a pena máxima pode gerar de cinco a 15 anos de prisão.
“Stephen Bannon agiu como o arquiteto de um esquema multimilionário para fraudar milhares de doadores em todo o país – incluindo centenas de moradores de Manhattan”, disse o promotor público Alvin Bragg em comunicado.
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, cujo escritório fez parceria com o procurador distrital na investigação, disse que Bannon tirou “vantagem das opiniões políticas de seus doadores para garantir milhões de dólares que ele então desviou”. “Bannon mentiu para seus doadores para enriquecer a si mesmo e a seus amigos”, acrescentou.
As acusações são semelhantes um processo federal contra Bannon em 2020, quando ele e outros três homens foram indiciados por usar de um crowdfunding para o muro para pagar despesas pessoais. Com aparições de ativistas conservadores, incluindo o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., um evento do crowd arrecadou US$ 25 milhões em doações.
No entanto, Trump perdoou Bannon em janeiro de 2021, impedindo as autoridades federais de levá-lo a julgamento.
Em um comunicado nesta semana, Bannon chamou as acusações estaduais de “falsas”, acrescentando: “Isso nada mais é do que um armamento político partidário do sistema de justiça criminal”. Como seu ex-chefe, ele aposta na narrativa de perseguição para se safar.
A acusação estadual contra Bannon é um exemplo dos esforços da promotoria de Manhattan para acusar ganhadores de indultos federais que também violaram as leis estaduais.
Em 2018, o ex-gerente de campanha de Trump, Paul Manafort, foi condenado por fraude financeira, além de acusado de fraude hipotecária e uma dúzia de outros crimes estaduais. Trump perdoou Manafort um ano depois. Depois disso, a legislatura de Nova York permitiu que promotores estaduais processassem acusações contra indivíduos que receberam indultos presidenciais por crimes semelhantes.
Desde então, o escritório abriu processos contra dois outros associados perdoados de Trump: Ken Kurson, amigo próximo de Jared Kushner e chegou a um acordo judicial com os promotores no início deste ano; e agora, Steve Bannon.