No fim de outubro, a Bélgica anunciou um segundo lockdown parcial para conter a taxa de infecção do novo coronavírus, a mais alta da Europa naquele momento. Belgas frustraram-se com o retorno da proibição de visitas a familiares e amigos, o fechamento de negócios não essenciais e obrigatoriedade do home office. Cerca de vinte dias depois, contudo, o país teve ótimas notícias: as medidas estão funcionando.
Nesta quarta-feira, 18, autoridades sanitárias anunciaram que todos os indicadores sobre a Covid-19, doença causada pelo vírus, estão em queda.
“Pela primeira vez em semanas, ou mesmo em vários meses, todos os indicadores estão indo na direção certa, o que significa que todos eles estão caindo: o número de infecções, hospitalizações e, pela primeira vez, o número de mortes”, afirmou Yves Van Laethem, médico virologista porta-voz do Centro de Crise da Covid-19 em Bruxelas.
A Bélgica, sede das instituições da União Europeia e situado em uma movimentada intersecção para viagens em toda Europa, destacou-se no mês passado por uma nova alta de infecções e mortes devido ao coronavírus.
Há uma semana, o país tinha a maior taxa de infecção do continente europeu: 1.735 casos a cada 100.000 habitantes, uma média de 14 dias. Depois do fechamento de bares, restaurantes e cafés, da da obrigatoriedade do trabalho remoto e da limitação dos contatos sociais, passou a ocupar a 14ª posição no ranking.
O número de mortes diminuiu 5% na última semana – desde o início da pandemia, o total de vítimas da doença é de 14.839. Os casos diários, por sua vez, caíram 39%, as internações em hospitais, 24%, enquanto a taxa de resultados positivos a cada teste realizado teve queda de 4,5%.
A incidência acumulada, que é o número médio de testes positivos por cada 100 mil habitantes, está em 772,5, o que indica uma queda de 57%.
“Em outros países, atualmente, os contágios caem menos rapidamente do que na Bélgica. Em alguns casos, inclusive, aumentam ligeiramente”, disse Van Laethem. O médico observou, contudo, que ainda há “muitos pacientes” internados em hospitais – cerca de 6.000.
Junto ao segundo lockdown, a Bélgica também retomou os testes em pessoas assintomáticas e naquelas que passam por países considerados de “alto risco de infecção”. Um mês atrás, as autoridades haviam suspendido esses procedimentos, porque os laboratórios ficaram sobrecarregados por conta do pico de novos casos.
Autoridades belgas disseram que, até o dia 27 de novembro, as novas restrições contra a propagação do novo coronavírus devem ser revisadas, aumentando as esperanças de festas de fim de ano relativamente normalizadas.
(Com AFP e EFE)