O ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi anunciou neste sábado, 22, que retirou sua candidatura a presidente. A desistência deve facilitar as negociações entre partidos às vésperas da votação para o parlamento, que começa na próxima segunda-feira, 24.
A vitório do atual primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, deve ser o resultado mais provável, mas ainda não está claro se os partidos que sustentam sua grande coalizão vão apoiar a candidatura a presidente, uma vez que o medo de sua saída do Legislativo pode desencadear uma eleição nacional antecipada.
Berlusconi, porém, disse que deseja que Draghi permaneça na liderança do governo até o fim da legislatura, o que ocorre em 2023. “Decidi tomar outro passo no caminho para a responsabilidade nacional, ao pedir a renúncia da indicação do meu nome à presidência da República àqueles que propuseram”, disse Berlusconi.
O pedido para a candidatura de Berlusconi foi feito por uma coalizão de direita, mas suas chances de sucesso são reduzidas por causa das dificuldades de construir o arco amplo de apoio. Tradicionalmente são necessários mais de mil parlamentares e delegados regionais envolvidos na aliança.
Berlusconi é uma figura altamente controversa na Itália, e o campo da centro-esquerda já descartou o apoio a seu nome. Ele foi temporariamente impedido de ocupar cargos públicos após uma condenação por fraude fiscal em 2013, e ainda responde a processos por supostamente pagar testemunhas em um caso de prostituição de menores de idade.
A figura do presidente na Itália tem muitas responsabilidades cerimoniais, mas também é responsável por resolver crises políticas, um papel central num país em que governos sobrevivem em média por um ano.
Com Reuters