Biden anuncia que vai concorrer à reeleição nos EUA
Idade do presidente americano, que terá 86 anos no final do segundo mandato caso seja reeleito, é uma das principais barreiras para sua indicação
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira, 25, que vai concorrer à reeleição ao cargo em 2024. Ele concorrerá ao lado da atual vice-presidente, Kamala Harris.
A candidatura dos dois foi oficialmente protocolada nesta terça-feira. Na semana passada, Biden já havia dito que deveria se candidatar novamente. O anúncio oficial foi feito por meio de um vídeo de três minutos divulgado pela Casa Branca.
As Americans, we believe in freedom and liberty—and we believe that our democracy will only be as strong as our willingness to fight for it.
That’s why @JoeBiden and I are running for reelection. pic.twitter.com/W7YA0HZfm0
— Kamala Harris (@KamalaHarris) April 25, 2023
Nele, Biden pede aos eleitores mais tempo para “terminar o trabalho” que começou e que deixem de lado as preocupações pelo fato de ele ser um dos presidentes mais velhos da história do país. Uma pesquisa recente mostrou, contudo, que essa é uma das principais barreiras à sua candidatura.
Caso reeleito, o atual presidente terá 86 anos ao final do segundo mandato, o que está dividindo os democratas do país. Cerca de metade deles (44%) é contra a reeleição, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada esta semana.
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No anúncio oficial, o líder da Casa Branca disse ainda estar travando uma batalha pelo resgate da alma de seu país, um discurso que ele fez na primeira campanha, em 2020.
“Quando concorri à presidência há quatro anos, disse que estávamos em uma batalha pela alma da América. E ainda estamos”, disse ele no vídeo, intitulado “Liberdade”.
“A questão que enfrentamos é se, nos próximos anos, teremos mais liberdade ou menos liberdade. Mais direitos ou menos direitos. Eu sei qual quero que seja a resposta, e acho que você também”, disse ele no vídeo. “Não é hora de ser complacente. Por isso estou concorrendo à reeleição”, completou.
Biden enfrenta muitos outros obstáculos para uma reeleição. A campanha o forçará a equilibrar suas demandas diárias na Casa Branca com campanhas de arrecadação, bem como viagens para pressionar eleitores em vários swing states – estados americanos onde o voto pode pender tanto para o Partido Democrata, de Biden, quanto para o Partido Republicano, cujo principal candidato é o ex-presidente Donald Trump.
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Para enfrentar o périplo, o presidente dos Estados Unidos contará com o mesmo círculo interno de conselheiros que mantém desde sua campanha de 2020.
Embora tenha conseguido acalmar a maioria dos elementos inquietos de seu partido, Biden entra na corrida em território precário. Seus índices de aprovação pairam na casa dos 40%, caindo e permanecendo lá desde que ele presidiu a caótica e retirada dos soldados americanos do Afeganistão.
Historicamente, essa taxa de aprovação é semelhante à de vários de seus predecessores no terceiro ano de suas presidências – antes de terem um novo mandato negado. Barack Obama foi uma exceção.
A Casa Branca e conselheiros presidenciais ressaltam, por outro lado, a impopularidade dos possíveis oponentes de Biden, ou seja, Trump, cujos índices de aprovação geralmente são piores do que os dele. E o próprio Biden é conhecido por implorar aos americanos que o comparem “à alternativa – não ao Todo-Poderoso”.