Biden e aliados pedem à China que apoie a paz na Ucrânia
Em reunião da Otan, presidente dos Estados Unidos e outros chefes de governo cobraram posicionamento mais firme de Pequim em relação à invasão da Rússia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e vários de seus aliados da Otan apelaram à China nesta quinta-feira para que peça “um fim pacífico ao conflito” na Ucrânia durante a cúpula da Aliança sobre a invasão russa do território ucraniano.
Vários dos líderes que falaram na sessão enfatizaram “que a China precisa cumprir sua responsabilidade” como membro da comunidade internacional e não deve “apoiar a Rússia em sua agressão contra a Ucrânia”, mas sim “pedir um fim pacífico ao conflito” na Ucrânia, de acordo com uma alta funcionária americana, que pediu anonimato.
A relutância de Pequim em condenar a invasão russa e os temores de que ela possa fornecer apoio a Moscou tornaram-se uma preocupação notável para Biden, que quer reforçar a unidade sobre o assunto com seus aliados antes da cúpula China-UE agendada para 1º de abril.
Desde o início da guerra, a China tenta se mostrar como neutra, e não manifestou de forma explícita seu apoio ou desaprovação à invasão russa.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, disse que “Estados Unidos e Otan devem dialogar com a Rússia para desfazer o nó da crise ucraniana. Para resolver uma crise, precisamos estar calmos e ser racionais, não jogar lenha na fogueira”.
O embaixador da China nos Estados Unidos, Qin Gang, afirmou recentemente que seu país “fará tudo” para tentar diminuir a tensão e o conflito militar entre Rússia e Ucrânia, e que o relacionamento da China com a Rússia “não faz parte do problema” que levou a guerra.
“Há desinformação sobre a China fornecer assistência militar à Rússia”, disse Qin em entrevista a rede de TV americana CBS. Segundo ele, a China não está enviando “armas e munições para nenhum partido”.