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Biden volta a dizer que Putin não deve permanecer no poder

Em entrevista a repórteres na Casa Branca, líder americano diz que sua fala "expressa indignação moral", e não uma proposta de mudança política na Rússia

Por Matheus Deccache Atualizado em 28 mar 2022, 18h26 - Publicado em 28 mar 2022, 17h20
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  • O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta segunda-feira (28) em entrevista na Casa Branca que não se arrepende de ter dito que o líder russo, Vladimir Putin, “não pode continuar no poder”. A fala ocorreu no último sábado durante visita à Polônia. 

    Biden fez questão de manter suas palavras “expressando indignação moral”, mas esclareceu que não está “articulando uma mudança de política”. Em um movimento raro, o presidente respondeu a repórteres na sede do governo em um evento para divulgar uma nova proposta de orçamento, que inclui 6,9 bilhões de dólares para ajudar a Ucrânia a combater a invasão russa. 

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    Na primeira pergunta, o líder americano foi questionado se Putin deve ou não permanecer no poder e se ele se arrepende de ter feito o comentário na Polônia, aparentemente improvisado. 

    “Em primeiro lugar, eu não estou retrocedendo em nada. Eu estava apenas expressando a minha indignação moral com os atos deste homem, principalmente depois de ter me encontrado com famílias ucranianas afetadas pela guerra, o que me afetou. Mas em nenhum momento quis indicar uma mudança política”, disse.

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    Biden disse ainda que não acredita que suas palavras irão prejudicar a diplomacia no momento, completando que “os esforços para continuar se envolvendo em uma carnificina que realmente prejudica tudo”, se referindo ao presidente russo. 

    “Dado o seu comportamento, as pessoas devem entender que ele vai fazer o que bem entender. Ele não é afetado por ninguém, nem por seus próprios conselheiros. A ideia de que ele vá fazer algo ultrajante só porque eu o chamei pelo que ele era não é muito racional”, afirmou. 

    No decorrer da coletiva, Biden disse que sua fala era direcionada ao povo russo e completou que a maneira de lidar com a situação é fortalecer a Otan e seus aliados, de maneira a mantê-la unida em prol da Ucrânia. 

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    No domingo, o próprio presidente e alguns aliados democratas se esforçaram para esclarecer que o seu discurso não estava endossando uma mudança de regime na Rússia como uma meta política.

    “O argumento do presidente foi que Putin não pode exercer poder sobre seus vizinhos ou sobre a região. Ele não estava discutindo o poder de Putin na Rússia ou a mudança de regime”, disse um funcionário da Casa Branca após o discurso.

    Outro que precisou esclarecer a fala de Biden foi o secretário de Estado americano, Antony Blinken, reforçando que não há um plano para derrubar o governo russo. 

    Em resposta, o Kremlin acredita que as palavras do democrata representam uma retórica escalada e que as consequências podem minar os esforços diplomáticos para acabar com a guerra. ‘

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    “Isso não cabe a Biden decidir. O presidente da Rússia é eleito pelos russos”, disse o porta-voz do governo, Dmitry Peskov.

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