Bolsonaro descarta Argentina e escolhe Chile para primeira viagem
O conservador Sebastián Piñera, presidente chileno, confirma conversa com então candidato do PSL antes do segundo turno
Contrariando uma tradição brasileira, o presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu pelo Chile como o primeiro país que visitará. O segundo será os Estados Unidos. Os últimos presidentes eleitos escolheram a Argentina, país com o qual o Brasil está ligado pelo Mercosul e com o qual mantém intensa vinculação produtiva, como primeiro destino internacional.
A aposta no Chile foi confirmada nesta segunda-feira pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM), futuro ministro da Casa Civil do futuro governo, à rede de televisão chilena 24 horas. “Depois de se recuperar da cirurgia, o presidente Bolsonaro vai primeiro para o Chile, depois aos Estados Unidos”, afirmou. “Este é um compromisso que o presidente (Bolsonaro) assumiu com o presidente (Sebastián) Piñera”, acrescentou Lorenzoni, referindo-se ao chefe de governo chileno, de linha conservadora.
A data dessa viagem ainda não foi definida. O anúncio deu-se depois de o governo de Piñera ter admitido seu contato com a equipe de Bolsonaro antes do segundo turno, no domingo. De acordo com o presidente chileno, os dois tiveram “uma longa, franca e muito útil conversa” por telefone.
“Claro que ele me confirmou que visitaria o Chile. Acredito que sua primeira viagem fora do Brasil será ao Chile e, depois, provavelmente aos Estados Unidos”, afirmou Piñera, consultado por jornalistas chilenos.
Representantes dos partidos de direita que apoiam o governo de Piñera também visitaram o então candidato do PSL. “O presidente Piñera é um aliado, e esperamos fortalecer os laços”, disse Lorenzoni à rede CNNChile.
Piñera também foi um dos primeiros líderes da região a parabenizar Bolsonaro por sua vitória eleitoral, por meio das redes sociais, e a convidá-lo a uma visita ao Chile.
“Parabenizei-o por um ato democrático da sociedade brasileira que foi impecável (…) e também o parabenizei pelo grande triunfo eleitoral: ele conseguiu mais de 55% dos votos, ou seja, uma grande maioria”.
Antes de sua eleição, Bolsonaro expressou sua admiração por Piñera e sua intenção de trabalhar em conjunto pelo “progresso” do Brasil e do Chile.
(Com EFE)