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Bolsonaro é maior ameaça à luta contra Covid-19 no Brasil, diz The Lancet

A revista médica britânica, uma das conceituadas publicações da área, afirma que, se não mudar o rumo drasticamente, o presidente pode ser o próximo a cair

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2020, 20h25 - Publicado em 8 Maio 2020, 20h05

A revista médica britânica The Lancet, uma das mais conceituadas publicações da área, apontou nesta sexta-feira, 8, que o presidente Jair Bolsonaro é a “maior ameaça” à luta contra o coronavírus no Brasil. Em editorial, criticou a “desordem no coração do governo” e afirmou que a mais alta autoridade do país precisa demonstrar liderança para enfrentar a crise de saúde pública em curso.

O Ministério da Saúde registrou 9.897 novos casos do novo coronavírus e 751 mortes nesta sexta-feira. Isso elevou o total de casos confirmados no Brasil para 145.328 e as mortes para 9.897, o que coloca a nação entre as que registram maior mortalidade do mundo. Segundo levantamento da Johns Hopkins University, de Washington, o Brasil é o oitavo país com mais pessoas infectadas e o sexto com maio número de óbitos causado pela Covid-19, doença causada pelo coronavírus.

Além das dificuldades óbvias do Brasil – como cidades com alta densidade populacional e favelas, onde medidas de distanciamento social e de higiene são limitadas – a Lancet destacou a desconsideração e o desrespeito às restrições recomendáveis no combate ao coronavírus por Bolsonaro como um dos maiores problemas da resposta do país à pandemia. Suas atitudes, segundo a revista, despertam confusão na população.

De acordo com a revista médica, Bolsonaro está cada vez mais enfraquecido, principalmente após a crise política causada pela demissão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e a renúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A Lancet cita que Mandetta foi exonerado depois de criticar Bolsonaro e pedir por unidade na resposta do governo durante uma entrevista.

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“Essa desordem no coração do governo é uma distração mortal no meio de uma emergência de saúde pública e também é um forte sinal de que a liderança do Brasil perdeu sua bússola moral, se é que alguma vez a teve”, disse o editorial da revista, fundada em 1823 no Reino Unido.

Além disso, um relatório da universidade britânica Imperial College London publicado nesta sexta-feira mostrou que “a epidemia ainda não está controlada e continuará a crescer” no Brasil, em contraste com partes da Europa e da Ásia, onde bloqueios nacionais limitaram a disseminação do vírus. Segundo o estudo, dentre os 58 países analisados, o Brasil é o que tem maior índice de transmissão, de 2,81. A crise é considerada sob controle quando o índice mantém-se abaixo de 1.

“A liderança no mais alto nível do governo é crucial para rapidamente evitar o pior resultado dessa pandemia, como é evidente em outros países”, afirma o editorial.

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A Lancet também chama atenção para as comunidades indígenas, sob “grave ameaça” mesmo antes do surto de coronavírus, devido à mineração e extração ilegal de madeira na floresta amazônica. A revista cita a comunidade científica brasileira como uma “esperança”, realizando pesquisas, lançando manifestos e fabricando equipamentos de proteção pessoal (PPI).

Contudo, reforça a necessidade de união sob uma figura forte de liderança.

Na semana passada, quando perguntado sobre o número recorde de mortes por coronavírus no Brasil, Bolsonaro disse: “E daí? Sinto muito, mas o que você quer que eu faça?”

Para a Lancet, “o Brasil como país deve se unir para dar uma resposta clara ao ‘E daí?’ de seu presidente”. “Ele precisa mudar drasticamente o curso, ou deve ser o próximo a cair”.

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