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Bombardeiro a mercado deixa 19 mortos no Sudão

Os tiros de tanque foram disparados pelo exército, mas não há informações de alvos militares próximos ao local

Por Da Redação
Atualizado em 1 jun 2023, 13h21 - Publicado em 1 jun 2023, 13h21
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  • Ao menos 19 pessoas morreram e outras 106 ficaram feridas no bombardeio de um mercado em Cartum, capital do Sudão. Moradores relataram que esta quinta-feira, 1, foi “o pior dia depois do início da guerra” civil que assola o país.

    Seis projéteis de tanques foram disparados de al-Shajara, uma das poucas áreas controladas pelo exército em Cartum, em direção ao bairro de Mayo. O bairro é uma área pobre, habitada principalmente por pessoas que não tiveram condições de deixar a capital desde o início do conflito entre o exército sudanês e um grupo paramilitar, as Forças de Apoio Rápido (FAR), em 15 de abril.

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    Atualmente, as FAR controlam cerca de 90% do território da capital

    “A equipe médica está sob pressão para lidar com tantos [feridos] com equipe limitada, chamamos todos os médicos e quadros médicos que estão por perto para virem ao hospital para que possam ajudar o quanto podem”, disse um comunicado do Sindicato dos Médicos Sudaneses.

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    + Exército do Sudão deixa negociações de cessar-fogo e ajuda humanitária

    Moradores do local afirmam que não têm condições de fugir do país e reclamam do uso de artilharia pesada por parte do exército.

    “Foi o pior dia que vi desde o início da guerra. Não sei o motivo de usar a artilharia pesada além de matar pessoas inocentes”, disse Abdelmotal Saboon, residente da área e voluntário no hospital al-Bashair.

    O incidente ocorreu um dia depois que o general Abdel-Fattah al-Burhan, chefe do exército sudanês e líder do país, anunciou que abandonaria as negociações de cessar-fogo mediadas pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita. Segundo ele, as FAR não estavam cumprindo os compromissos acordados nas reuniões, e ameaçou usar força letal contra o inimigo.

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    + Marinha chinesa resgata grupo de brasileiros da guerra no Sudão

    Mediadores americanos e sauditas culparam ambos os lados por violar uma trégua, que deveria permitir corredores seguros para a entrega de auxílio humanitário à população. Além de Cartum, a cidade vizinha de Omdurman também foi afetada por artilharia pesada desde quarta-feira 31, já que as forças das FAR ocuparam a sede da TV nacional na cidade.

    Confrontos também foram registrados na região oeste de Darfur. Um grupo regional de direitos humanos disse que pelo menos 50 pessoas foram mortas na última semana na cidade de Geneina. Já em Zalingei, há relatos de que o hospital e a universidade da cidade foram saqueados e pessoas estavam sendo assassinadas “aleatoriamente”.

    Ao todo, de acordo com as Nações Unidas, mais de 1,2 milhão de pessoas tiveram que fugir internamente devido aos combates no Sudão, enquanto outras 400 mil já deixaram o país. Pelo menos 730 mortos foram registrados, de acordo com as contagens oficiais, mas a organização alerta que os números reais podem ser muito maiores.

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