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Boric afirma que Maduro tentou cometer ‘fraude’ e rejeita ‘triunfo autoproclamado’

Posicionamento do presidente chileno ocorre dias após encontro com Lula, que não reconheceu vitória do aliado na Venezuela nem acusou fraude

Por Da Redação
Atualizado em 7 ago 2024, 16h10 - Publicado em 7 ago 2024, 15h17

O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou nesta quarta-feira, 7, que “não reconhece o triunfo autoproclamado” pelo líder da Venezuela, Nicolás Maduro, nas eleições de 28 de julho. No Palácio de La Moneda, o esquerdista da nova geração disse que não tem dúvidas de que o regime “tentou cometer fraude” para continuar no poder. A fala marcou uma mudança de tom em relação às suas declarações anteriores sobre a situação em Caracas, quando sugeriu apenas que os resultados das eleições eram “difíceis de crer”.

O forte posicionamento ocorre dias depois do encontro do líder chileno com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conhecido aliado de Maduro. O governo brasileiro não reconheceu a reeleição de Maduro, mas também não acusou fraude.

Após reunião, Lula disse que havia exposto para Boric as “iniciativas” que tem “empreendido com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e López Obrador (México) em relação ao processo político na Venezuela”, acrescentando que “o respeito pela tolerância e pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados”.

As diferenças entre Brasília e Santiago foram sublinhadas mais uma vez com a nova declaração de Boric. Em discurso, ele argumentou que o regime chavista teria divulgado as atas eleitorais se tivesse “claramente vencido” e destacou que o governo venezuelano tem cometido “violações dos direitos humanos, reprimindo pessoas que se manifestam e iniciando processos criminais que são ridículos e que não seriam aceitáveis ​​no nosso país ou em qualquer outro país democrático”.

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Fracasso de Guaidó e futuro de González

Além disso, Boric advertiu que a comunidade internacional precisa “aprender com experiências passadas” para “não cometer o mesmo erro que foi cometido com (Juan) Guaidó no passado”. Ele se autodeclarou presidente interino da Venezuela em 2019, mas fracassou em se estabelecer no poder. O chileno, por fim, afirmou que não confia “na independência ou imparcialidade das atuais instituições na Venezuela”, como defende Lula, e que seu país “não validará resultados que não existem”.

Ao contrário de Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Equador e Costa Rica, o presidente não reconheceu formalmente a eleição de Edmundo González Urrutia, candidato que a oposição venezuelana diz ter vencido o pleito. Isso já havia sinalizado o ministro das Relações Exteriores chileno, Alberto van Klaveren, durante visita à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

“Quanto à probabilidade de fraude, acreditamos que é muito elevada. Não negamos isso e estamos dispostos a manter (nosso posicionamento). Mas daí não devemos concluir que podemos reconhecer Edmundo González”, explicou Klaveren na ocasião.

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