O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sobreviveu a um voto de não confiança feito contra ele nesta segunda-feira, 6. O mecanismo é utilizado quando membros do Parlamento britânico acreditam ter motivo suficiente para destituir o líder do governo do cargo, e foi motivado pelo envolvimento de Johnson no escândalo conhecido como “Partygate”.
Para permanecer no cargo, Johnson precisava conquistar o apoio de pelo menos 50% de todos os parlamentares de seu partido conservador mais um, totalizando 180. Nesta segunda-feira, ele recebeu 211 votos de confiança e 148 votos de desconfiança – ou seja, 40% dos Tories desejam vê-lo fora do poder.
Nos países que adotam o sistema parlamentarista de governo, a moção de censura (ou moção de desconfiança) é uma proposta parlamentar com o propósito de derrotar ou constranger o governo. A moção é aprovada ou rejeitada por meio de votação (voto de desconfiança).
Quando o Parlamento vota a censura, ou quando não consegue contra-aprovar uma moção de confiança, o governo é obrigado a renunciar ou a pedir a dissolução do parlamento e a convocação de eleições gerais.
A medida é acionada uma semana e meia após a publicação de um relatório investigativo sobre festas que ocorreram no governo do Reino Unido durante o lockdown contra a pandemia de Covid-19 no país. Johnson foi multado pela polícia por dar uma festa de aniversário regada a álcool, tornando-se o primeiro no cargo a ser penalizado por um crime.
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Johnson teoricamente está a salvo do mecanismo por pelo menos um ano. No entanto, Graham Brady, presidente do Comitê de 1922 – que representa a legenda conservadora de Johnson –, disse que essa regra possa ser alterada.
Mesmo com a vitória, isso não pode ser descrito como um bom resultado para o premiê. Ele perdeu o apoio de uma proporção maior do partido do que a ex-primeira-ministra Theresa May quando enfrentou um voto de desconfiança em 2018. Ela também não foi destituída, mas o desgaste foi tanto que, após cinco meses do resultado, May abdicou.