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Brasil e EUA traçam plano de ajuda externa para Venezuela pós-Maduro

Ernesto Araújo e John Bolton discutem bilateralmente e levam o tema para a conferência internacional sobre a redemocratização do país sul-americano

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 6 ago 2019, 15h17 - Publicado em 6 ago 2019, 14h43

Na véspera do encontro de chanceleres e representantes de quase 60 países para tratar da solução para a crise na Venezuela, nesta terça-feira, 6, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, encontraram-se com o objetivo de traçar um plano de ajuda externa para dar sustentação ao governo transitório de Juan Guaidó, em um cenário econômico de “terra arrasada”.

As medidas são mantidas em segredo. Mas Brasil e Estados Unidos claramente se aliaram na tarefa de dar suporte econômico à Venezuela assim que caia o regime de Nicolás Maduro. Em curto prazo, porém, ambos os países insistem na necessidade de aliciar mais nações na campanha anti-Maduro. Em especial, dos ausentes no encontro desta terça-feira, em Lima — China, Rússia, Turquia e Cuba, que rejeitaram o convite.

A Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela foi convocada pelo Grupo de Lima e teve início nesta terça-feira com um apelo do Peru para redobrar os esforços para conseguir a queda do governo de Maduro. “Convido-os a renovar nosso total apoio ao presidente Juan Guaidó“, disse o ministro do Exterior peruano, Néstor Popolizio, ao referir-se ao líder oposicionista venezuelano.

Na véspera do encontro, os Estados Unidos anunciaram o congelamento de todos os ativos da Venezuela em seu território. Com as restrições já impostas sobre os negócios da estatal PDVSA, a queda do regime é vista como uma questão de tempo. Mas até que se dê, a população venezuelana será ainda mais castigada pelo desabastecimento e falta de serviços públicos.

Além de Bolton, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou também a Lima o secretário do Comércio, Wilbur Ross, que esteve no Brasil na semana passada. Na segunda-feira, Bolton afirmou ter chegado a hora de avançar para uma “transição de poder de Maduro a Juan Guaidó”, o líder opositor reconhecido como presidente interino da Venezuela por 50 países.

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“Esta reunião será muito emblemática para reafirmar o apoio da comunidade internacional à presidência interina de Juan Guaidó”, declarou o conselheiro da Casa Branca para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, que integra a delegação americana. “Também vamos falar sobre o que faremos no dia um, o primeiro dia depois que Maduro deixar o poder”, completou.

Bolton disse que o governo dos Estados Unidos tem a “intenção de que a transferência (de poder na Venezuela) seja pacífica”. Mas reiterou que todas as opções estão sobre a mesa. O congelamento de ativos da Venezuela é uma medida que Washington não aplicava há três décadas contra um país latino-americano. Trata-se de medida semelhante às sanções impostas contra a Coreia do Norte, o Irã e a Síria.

Anteriormente, o governo americano adotou tal medida contra Cuba, em 1962, Nicarágua, em 1985, e o Panamá, em 1988. Apenas as sanções contra Havana permanecem vigentes.

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Terrorismo econômico

O governo venezuelano acusou nesta terça-feira Washington de praticar “terrorismo econômico”, com a adoção das novas sanções, e de buscar a ruptura de seu diálogo com a oposição.

“Denunciamos perante a comunidade internacional uma nova e séria agressão do governo Trump, por meio de ações arbitrárias de terrorismo econômico contra o povo da Venezuela”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores venezuelano em um comunicado.

A Casa Branca, porém, enfatizou que os Estados Unidos usarão de todas as ferramentas necessárias para por fim à ditadura Maduro. “Como a administração Trump deixou claro: todas as opções estão na mesa. Os Estados Unidos usarão de todas as ferramentas apropriadas para acabar com o controle de Maduro sobre a Venezuela, apoiar o acesso do povo venezuelano à assistência humanitária e assegurar uma transição democracia na Venezuela”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Stephanie Grisham, em comunicado.

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(Com AFP)

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