O governo de Jair Bolsonaro vai impedir o ingresso no Brasil de altos funcionários do regime de Nicolás Maduro. A medida é a retaliação brasileira possível a Caracas e seu texto está em fase de finalização pelos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores para ser publicada “oportunamente” como portaria interministerial.
“A lista de autoridades do regime Maduro que serão alvo da referida medida está em contínua atualização, haja vista o caráter dinâmico da política interna venezuelana”, informou uma fonte do governo, que insistiu estar a medida respaldada pelo ordenamento jurídico do país e em linha com as recomendações do Grupo de Lima.
Esta sanção a autoridades venezuelanas, porém, tem potencial de acabar com a possível saída de Maduro e de seus aliados pelo Brasil, em caso de ruína do regime. O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, defende a criação de um “corredor de escape”, pelo Brasil, para a retirada definitiva do líder venezuelano de seu país.
Em reunião bilateral na segunda-feira 5 em Lima, no Peru, o chanceler Ernesto Araújo e o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, trataram de um plano de ajuda econômica à Venezuela a ser adotado no momento em que Maduro deixar o poder para o líder da oposição, Juan Guaidó. Bolton levou a mesma proposta à Conferência Internacional sobre a Democracia na Venezuela, convocada pelo Grupo de Lima nesta terça-feira, 6, na capital peruana.
Cerca de 60 países compareceram à conferência, mas as ausências da Rússia, China, Turquia e Cuba chamaram a atenção. Tratam-se dos países que ainda apoiam o regime de Maduro. Com a última sanção adotada pelos Estados Unidos, o congelamento de todos os ativos do governo da Venezuela no país, espera-se a rápida ruína do governo chavista.