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Brics condenam protecionismo americano no G20

Em paralelo, Estados Unidos e China negociam acordo para evitar aumento de tarifas sobre US$ 200 bilhões em bens chineses previsto para janeiro

Por Da Redação
Atualizado em 30 nov 2018, 21h45 - Publicado em 30 nov 2018, 21h09
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  • Apoiado por seus parceiros do Brics, o presidente da China, Xi Jinping, condenou o protecionismo dos Estados Unidos em paralelo à reunião de líderes do G20 desta sexta-feira, 30, em Buenos Aires. A declaração se dá no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça aumentar novamente as tarifas de importação sobre produtos chineses.

    O grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) divulgou um comunicado conjunto defendendo um comércio internacional aberto e o fortalecimento da Organização Mundial de Comércio (OMC), que tem sido alvo de duras críticas dos Estados Unidos, que pretendem reformá-lo. O texto defende o mecanismo de solução de controvérsias da OMC para dar aos membros da organização a confiança necessária para se comprometer em futuras negociações com os demais países do mundo.

    O espírito e as regras da OMC são contrários a medidas unilaterais e protecionistas“, afirmaram os cinco países em comunicado de reunião às margens do G20. “Instamos todos os membros a se oporem a essas medidas inconsistentes com a OMC, a reafirmarem os compromissos que assumiram na OMC e a recuarem de tais medidas de natureza discriminatória e restritiva.”

    A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo, marca a reunião em Buenos Aires. A disputa foi iniciada por Washington, com a adoção de tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em importações da China, que retaliou com medidas equivalentes. Os Estados Unidos acusam Pequim de adotar práticas desleais de comércio. Pequim acusa Washington de adotar medidas unilaterais contrárias às regras multilaterais do comércio.

    O encontro do grupo das 20 maiores economias deste ano tem como tema central justamente a retomada do protecionismo, impulsionado por movimentos nacionalistas, e seu impacto para o crescimento da atividade mundial. O G20 nasceu em 2008, quando eclodiu a pior crise financeira em sete décadas, como um foro de líderes voltado para a discussão da recuperação da economia global.

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    Além de Xi Jinping, estiveram presentes no 11 encontro informado do Brics os presidentes do presidentes do Brasil, Michel Temer, da Rússia, Vladimir Putin, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

    Temer declarou que o Brics enfrenta um “momento desafiante”, que passa por tendências ao protecionismo, ao isolacionismo e ao unilateralismo. Diante desse panorama, o presidente diz que o mundo precisa de “respostas coletivas” e que deve se manter apegado à “ideia de unir esforços”.

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou a “concorrência desleal” e disse que esse tipo de atitude está substituindo o diálogo intergovernamental honesto e igualitário. Putin também lamentou a proliferação da “prática viciosa de recorrer a sanções unilaterais” e a imposição de medidas protecionistas.

    Acordo bilateral

    Às margens da reunião do G20, Estados Unidos e China igualmente se empenham em chegar a um denominador comum sobre o comércio. Os mercados mercados financeiros tenderão a refletir, na semana que vem, os resultados das negociações entre Donald Trump e Xi Jinping durante jantar neste sábado, 1º.

    Pequim quer persuadir Trump a abandonar seus planos de aumentar as tarifas de importação de 10% para 25% sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses a partir de janeiro. Nesta sexta-feira, Trump afirmou haver sinais positivos sobre um acordo.

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    “Estamos trabalhando muito duro. Se pudermos fazer um acordo, isso será bom. Eu acho que eles querem também. Eu acho que gostaríamos. Vamos ver”, disse o presidente americano, durante encontro com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.

    O diretor do Departamento de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Wang Xiaolong, afirmou em Buenos Aires que “o consenso está crescendo firmemente”.  “Também há divergências”, acrescentou.

    Comunicado em risco

    Na quinta-feira 29, os países do G20 ainda tentavam chegar a um consenso sobre o texto de um comunicado final do G20 sobre comércio, migração e mudanças climáticas. O ceticismo de Trump sobre as causas humanos do aquecimento global gerou reações de vários países que se apoiam nos estudos científicos. Chegar a um denominador comum sobre o tema neste sábado será um desafio.

    Em novembro, as autoridades dos países da Ásia e do Pacífico (APEC) não conseguiram divulgar um comunicado conjunto pela primeira vez por causa das desavenças entre americanos e chineses os temas do comércio e da segurança internacional.

    Em Buenos Aires, houve bom avanço apenas em parte dos temas de economia do comunicado. A Argentina manifestou otimismo cauteloso sobre o consenso. Mas um representante da Casa Branca disse que os Estados Unidos não assinariam um comunicado que venha a prejudicar seus interesses.

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    (Com Reuters e EFE))

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