Charlie Rowley, o britânico de 45 anos que foi intoxicado com o agente neurotóxico Novichok em 30 de junho, explicou que presenteou a namorada Dawn Sturgess com um suposto frasco de perfume que encontrou no chão, embora possivelmente tenha sido o recipiente em que a toxina estava. As declarações foram feitas em uma entrevista publicada hoje (24) pelo jornal The Sun.
Rowley, que saiu do hospital na sexta-feira (20) e ainda está debilitado, lamenta ter dado o frasco à sua companheira, que acabou morrendo devido à contaminação em 8 de julho. Ambos foram expostos à substância na casa de Rowley, em Amesbury, no sul da Inglaterra.
Na entrevista, o homem diz que não se lembra muito bem do ocorrido, mas afirmou ter encontrado “um frasco de cosmético” no chão. Ao receber o presente, a namorada passou o líquido nos pulsos. O britânico lamenta que o frasco estivesse em um espaço público, onde uma criança poderia tê-lo encontrado.
A intoxicação acidental de Rowley e Sturgess, que segundo a imprensa tinham problemas com drogas e álcool, aconteceu depois do suposto ataque em 4 de março contra o ex-agente russo Sergey Skripal, de 67 anos, e sua filha Yulia, de 33 anos. Ambos foram achados inconscientes em um banco de Salisbury, população vizinha a Amesbury.
A principal suspeita é de que eles tenham sido envenenados com o mesmo agente neurotóxico que contaminou o casal britânico. O Novichok foi originalmente fabricado pela União Soviética durante a Guerra Fria, entre as décadas de 1970 e 1980.
Na época do caso Skripal, o governo britânico atribuiu a suposta tentativa de assassinato à Rússia, e impulsionou sanções econômicas e diplomáticas, apesar de o país negar qualquer envolvimento.
Segundo o The Sun, Rowley encontrou o frasco com restos de Novichok no parque Jardins Rainha Elizabeth de Salisbury, perto de onde foram achados os Skripal. A polícia continua investigando ambos fatos e trata a morte de Sturgess como assassinato.
(Com EFE)