Cabeça de Hércules é encontrada submersa em naufrágio na Grécia
Artefato foi resgatado de navio cargueiro descoberto há mais de 120 anos na ilha de Anticítera e estava sob escombros antes inacessíveis
Um grupo de arqueólogos encontrou nesta terça-feira, 21, a cabeça de mármore de uma estátua perdida do semideus Hércules na ilha de Anticítera, na Grécia. O artefato foi recuperado de um navio cargueiro descoberto há mais de 120 anos, considerado o naufrágio antigo mais rico do mundo.
“Em 1900, os mergulhadores retiraram do mar a estátua de Hércules e agora provavelmente encontramos a sua cabeça”, disse Lorenz Baumer, arqueólogo que está supervisionando o projeto em parceria com a Universidade de Genebra, ao jornal inglês The Guardian.
Segundo ele, a cabeça tem o dobro do tamanho natural, barba grande, rosto peculiar e um cabelo muito curto, características que não deixam dúvidas de se tratar do semideus, uma das figuras mais importantes das mitologias grega e romana.
A descoberta da escultura, que foi encontrada juntamente a um pedestal de outra estátua, dentes humanos e partes do navio naufragado, foi possível graças à remoção de três pedregulhos de 8,5 toneladas cada que cobriam parcialmente os restos do navio. Durante três semanas a equipe de mergulhadores e arqueólogos teve acesso a uma área nunca antes explorada, a uma profundidade de 50 metros.
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“É tão profundo que eles não conseguem ficar lá por mais de 30 minutos. Mas o importante é que agora temos uma ideia do que está escondido sob as rochas. Cada descoberta nos ajuda a reunir mais contexto em nossa compreensão do navio, sua carga, a tripulação e de onde eles eram”, disse Baumer ao jornal inglês.
Os dois dentes humanos também encontrados estavam embutidos em depósitos marinhos incrustados que se acumularam no naufrágio, datado há mais de 2.000 anos. Uma futura análise genética e isotópica dos restos mortais pode ser inovadora e esclarecer quem eram os tripulantes do navio.
A embarcação, que possivelmente seria um navio mercante que viajava do Mediterrâneo oriental para Roma, provavelmente afundou durante uma tempestade na ilha de Anticítera nos primeiros 50 anos do século I a.C.