As caixas-pretas do avião da Ethiopian Airlines que caiu neste domingo 10 foram recuperadas nesta segunda-feira, 11, segundo a companhia aérea. Ao todo, 157 pessoas, de 35 nacionalidades, estavam a bordo. Não houve sobreviventes.
Pouco depois de decolar, a aeronave caiu perto da cidade de Bishoftu, a 42 quilômetros da capital da Etiópia, Adis Abeba. Após o acidente, os órgãos de aviação da China, Indonésia e Ilhas Cayman decidiram suspender o uso dos aviões Boeing 737 Max 8.
O modelo é o mesmo que caiu na Indonésia em 29 outubro do ano passado, deixando 189 mortos. A aeronave pertencia à companhia Lion Air e tinha três meses de uso — a investigação ainda não chegou a uma conclusão sobre a causa da tragédia.
Os dispositivos recuperados do avião da Ethiopian Airlines nesta segunda são o gravador de voz da cabine do piloto e o gravador digital de dados de voo, segundo a empresa.
Os grupos de salvamento, incluindo vários estrangeiros, ainda estão na região tentando recuperar os corpos e determinar as causas do acidente.
A Etiópia vive nesta segunda luto oficial pelas vítimas do acidente, entre as quais figuram 32 quenianos, nove etíopes, 18 canadenses, oito italianos, oito chineses, oito americanos, sete britânicos e sete franceses, entre outras nacionalidades.
Além disso, também viajavam na aeronave 22 funcionários de diferentes agências da ONU, segundo informou a diretora-executiva da ONU-Habitat, Maimunah Mohd Sharif, em mensagem de condolências.
O avião, adquirido em novembro de 2018, decolou do aeroporto internacional de Adis Abeba às 8h38 local (2h38, em Brasília) de domingo e desapareceu dos radares às 8h44 horas (2h44, em Brasília).
A companhia explicou que o piloto tinha avisado à torre de controle que estava tendo “dificuldades” e pediu autorização para retornar ao aeroporto da capital etíope, instantes antes da perda de sinal.
A Ethiopian Airlines é a maior companhia aérea da África, com uma reputação considerada ótima em matéria de segurança aérea.
O último acidente registrado desta companhia ocorreu em 25 de janeiro de 2010, quando um Boeing 737-800 caiu no Mar Mediterrâneo, pouco depois de ter iniciado uma viagem desde Beirute rumo a Adis Abeba, o que provocou a morte de 90 pessoas.
Aeronaves Boeing 737 Max 8
Logo após o acidente, a Ethiopian Airlines e o governo da China anunciaram a suspensão de todos os voos com aeronaves do modelo Boeing 737 Max 8. Nesta segunda, as autoridades de aviação da Indonésia e das Ilhas Cayman decidiram seguir o mesmo caminho.
Desde o acidente da Lion Air, o 737 Max enfrenta ceticismo por parte da comunidade aeroespacial. O programa apresentou problemas ainda na fase de desenvolvimento.
Em maio de 2017, a Boeing interrompeu os testes de voo dos 737 Max devido a problemas de qualidade do motor produzido pela CFM International, empresa de propriedade conjunta da Safran Aircraft Engines e GE Aviation.
O último acidente representa um grande golpe para a Boeing, cujos aviões Max são a última versão do 737, sua aeronave mais vendida de todos os tempos, com mais de 10 mil aparelhos produzidos.
A fabricante divulgou estar “profundamente entristecida” com o acidente da Ethiopian Airlines, e acrescentou que uma equipe técnica auxiliará nas investigações.
(Com EFE)