O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Mike Johnson, informou nesta quarta-feira, 17, que a casa votará o projetos de lei de ajuda externa, incluindo financiamento de proteção de fronteira e a Ucrânia e Israel no próximo sábado. O anúncio ocorre após meses de intensa pressão de republicanos linha-dura para impedir o envio de ajuda ao governo ucraniano, em guerra contra a Rússia há dois anos, para privilegiar questões internas, como a imigração na divisa com o México.
“Após feedback e discussão significativos dos membros, o Comitê de Regras da Câmara publicará em breve hoje o texto de três projetos de lei que financiarão os interesses de segurança nacional da América e aliados em Israel, no Indo-Pacífico e na Ucrânia, incluindo uma estrutura de empréstimo para ajuda, e estratégia e responsabilidade aprimoradas”, disse em nota, enviada aos legisladores por mensagem de texto.
O comunicado ocorre dois meses depois de um pacote de US$ 95 bilhões (cerca de R$ 497 bilhões), que prevê auxílio a Ucrânia, Israel e Taiwan, ter sido aprovado pelo Senado americano – plano que foi, inclusive, alvo de críticas de Johnson. A ida ao plenário neste sábado divide a proposta em projetos separados, incluindo a chamada Lei Repo, na qual ativos russos apreendidos fossem doados à Ucrânia, e uma legislação de repressão ao TikTok, da chinesa ByteDance.
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Clima na Câmara
O Partido Republicano controla a Câmara dos EUA por pequena maioria, de 218 a 213. Para que as iniciativas recebam o aval basta que Johnson receba apoio de uma parcela dos membros do seu partido e se alinhe aos democratas. Mas haverá resistência para tanto. Integrantes do ultraconservador grupo republicano Freedom Caucus já adiantaram oposição ao plano de ajuda externa de Johnson, alegando falta de medidas a respeito da segurança entre as fronteiras.
Outros membros do partido, como Thomas Massie e Marjorie Taylor Greene, também aumentaram a pressão sob o presidente da casa. Eles pedem a sua renúncia ou que, ao menos, enfrente uma moção para desocupar o cargo – história fresca na memória da Câmara, devido à destituição de Kevin McCarthy em outubro do ano passado.
Johnson, no entanto, não parece se afetar com as críticas. Nesta segunda-feira, 15, ele defendeu a votação e alertou: “o mundo está a observar-nos para ver como reagimos”, uma provocação que teve três alvos: Rússia, China e Irã, suposto lar de “terroristas, tiranos e líderes terríveis”. Em seguida, afirmou que não perde seu tempo se “preocupando com pedidos de desocupação”.