Os dois caminhões de ajuda humanitária enviados pelo Brasil à Venezuela retornaram à cidade fronteiriça de Pacaraima neste sábado, 23, após ter permanecido estacionados na fronteira durante o dia, segundo os correspondentes da agência France-Presse no local.
O primeiro caminhão chegou no fim da manhã ao ponto onde estão as bandeiras dos dois países e parou ao lado do pavilhão da Venezuela. O segundo chegou no início da tarde e estacionou ao lado. O local fica a 300 metros da Alfândega brasileira e a 300 metros do primeiro cordão militar venezuelano, posicionado a 500 metros da Alfândega deste país.
A iniciativa se insere em uma operação impulsionada em Brasil, Colômbia e Curaçao pelo líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por diversos países, inclusive o Brasil.
“Na Colômbia perdemos um caminhão (…). Guaidó ordenou salvaguardar os produtos, o que queremos é passar para lá de forma pacífica”, disse, usando um megafone, um dos coordenadores da operação, pouco antes do recuo. “O mais valioso que temos é a nossa vida, não quero que nos massacrem”, instruiu o porta-voz, do alto de um dos pequenos caminhões dispostos para a operação.
O clima no fim da tarde era de frustração e tédio. Centenas de pessoas cercaram os caminhões durante o dia.
No entanto, pequenos tumultos do lado venezuelano provocaram alerta e a coordenação decidiu recuar, levando os caminhões para Pacaraima. Guaidó havia anunciado à tarde a entrada de uma carga de ajuda humanitária proveniente do Brasil.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência considerou “exitosa” o transporte da ajuda humanitária ao país. “A Presidência da República informa que a participação do governo brasileiro foi exitosa em reunir e transportar as doações até o destino de distribuição”, diz a nota. “Inicia-se uma segunda fase da operação com os últimos preparativos de logística para a entrega dos produtos que se encontram armazenados na capital do estado, Boa Vista.”
A assessoria de imprensa do Planalto foi questionada pelo jornal Estado de S. Paulo a respeito deste suposto êxito da operação. Segundo a assessoria, houve êxito porque os caminhões entraram em uma parte da fronteira e este é o início da operação brasileira.
(Com Estadão Conteúdo)