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Casa Branca ordena revisão de museus para garantir alinhamento com Trump

Smithsonian Institution, que administra museus públicos dos EUA, foi advertido para promover excepcionalismo americano e remover narrativas divisivas

Por Amanda Péchy 13 ago 2025, 08h37

A Casa Branca enviou na terça-feira 12 uma carta ao Smithsonian Institution — que administra os principais museus públicos dos Estados Unidos — informando que a organização seria alvo de uma ampla revisão de seu acervo e exposições, com intuito de definir o que deve ou não ser exibido de acordo com as diretivas do presidente Donald Trump.

A iniciativa, escreveu um trio de assessores de Trump em uma carta ao secretário do Smithsonian Institution, Lonnie Bunch III, “visa garantir o alinhamento com a diretriz do presidente de celebrar o excepcionalismo americano, remover narrativas divisionistas ou partidárias e restaurar a confiança em nossas instituições culturais compartilhadas”.

Como vai ser o processo

A carta divulgada na terça-feira afirma que a revisão se concentrará no conteúdo exibido ao público, no processo curatorial, no planejamento atual e futuro das mostras e nas diretrizes para a construção de narrativas de exposições. O primeiro alvo serão oito museus importantes do Smithsonian sediados em Washington, D.C.,: o Museu Nacional de História Americana, o Museu Nacional de História Natural, o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, o Museu Nacional do Índio Americano, o Museu Nacional do Ar e do Espaço, o Museu Smithsonian de Arte Americana, a Galeria Nacional de Retratos e o Museu e Jardim de Esculturas Hirshhorn.

Mias instituições, segundo a carta, serão anunciadas em uma segunda fase.

Em comunicado, o Smithsonian afirmou que seu trabalho está embasado na “excelência acadêmica, pesquisa rigorosa e apresentação precisa e factual da história”, mas garantiu que planeja trabalhar “de forma construtiva” com a Casa Branca.

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A carta solicita ainda que cada museu forneça detalhes sobre os planos de programação para celebrar o 250º aniversário dos Estados Unidos. Também pede um catálogo completo de todas as exposições e orçamentos atuais, uma lista de todas as mostras itinerantes e planos para os próximos três anos, bem como todas as diretrizes internas — incluindo manuais para funcionários, descrições de cargos e organogramas, juntamente com comunicados internos sobre a seleção e aprovação das obras de arte da exposição. Esse material deve ser entregue em até 30 dias, com “visitas de observação no local” e inspeções programadas.

Em até 75 dias, funcionários do governo Trump agendarão e conduzirão “entrevistas voluntárias com curadores e funcionários seniores”. E dentro de 120 dias, os museus “devem começar a implementar correções de conteúdo quando necessário, substituindo linguagem divisiva ou ideologicamente orientada por descrições unificadoras, historicamente precisas e construtivas em cartazes, materiais didáticos de parede, displays digitais e outros materiais de uso público”.

Revisionismo

Esta é a mais recente iniciativa do governo para impor as visões do presidente sobre instituições culturais e históricas dos Estados Unidos, numa batalha contra iniciativas focadas na diversidade.

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No início deste ano, Trump assinou um decreto acusando o Smithsonian Institution de ter “caído sob a influência de uma ideologia divisionista e centrada na raça” que “promoveu narrativas que retratam os valores americanos e ocidentais como inerentemente prejudiciais e opressivos”. Ele encarregou seu vice-presidente, J.D. Vance, de suspender os gastos do governo com “exposições ou programas que degradem os valores americanos compartilhados, dividam os americanos com base em raça ou promovam programas ou ideologias inconsistentes com a lei e as políticas federais”.

No mês passado, o Museu Nacional de História Americana removeu um cartaz temporário que fazia referência aos dois impeachments de Trump de uma exposição relacionada à presidência, gerando protestos contra a instituição, sob acusações de capitulação. Posteriormente, o Smithsonian insistiu que a remoção do cartaz era temporária e negou ter sido pressionado pelo governo a fazer alterações em suas exposições. Ele foi reinstalado há alguns dias, com algumas alterações.

O Smithsonian Institution é o maior complexo de museus do mundo, incluindo 21 museus e o Zoológico Nacional. Quase 17 milhões de pessoas visitaram suas instituições (a maioria com entrada gratuita) no ano passado. Em junho, o Smithsonian já havia iniciado sua própria revisão, antecipando as ações do governo, e enfatizou repetidamente seu compromisso com a imparcialidade.

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