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Chanceler de Taiwan: China usa exercícios militares para planejar invasão

Joseph Wu não sabe o cronograma da possível invasão, mas disse que Taiwan não seria intimidada

Por Da Redação
9 ago 2022, 08h57

Joseph Wu, o ministro das Relações Exteriores de Taiwan, disse nesta terça-feira, 9, que a China estava usando os exercícios militares ao redor da ilha como um plano de jogo para se preparar para uma invasão. O exército chinês realiza exercícios contínuos desde a semana passada, em resposta à visita de Nancy Pelosi, a líder da Câmara dos Estados Unidos, a Taipei.

Wu não sabe o cronograma da possível invasão, mas disse que Taiwan não seria intimidada, mesmo que os exercícios da China continuem quebrando a linha mediana no Estreito de Taiwan, fronteira marítima não oficial entre os dois territórios.

“A China usou os exercícios de seu manual militar para se preparar para a invasão de Taiwan”, disse Wu em entrevista coletiva em Taipei.

“Está realizando exercícios militares em larga escala e lançamentos de mísseis, bem como ataques cibernéticos, desinformação e coerção econômica, na tentativa de enfraquecer o moral público em Taiwan. Após a conclusão dos exercícios, a China pode tentar tornar sua ação rotineira, na tentativa de destruir o status quo de longo prazo no Estreito de Taiwan”, explicou.

Wu completou que essas medidas ameaçaram a segurança regional e forneceram “uma imagem clara das ambições geoestratégicas da China além de Taiwan”. Ele pediu maior apoio internacional para impedir que a China tome controle efetivo do estreito.

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O Escritório de Assuntos de Taiwan da China respondeu aos comentários de Wu dizendo que ele era um defensor “obstinado” da independência de Taiwan, e seus comentários “distorcem a verdade e obscurecem os fatos”.

Uma autoridade do Pentágono americano disse na segunda-feira 8 que Washington mantém sua avaliação de que a China não tentará invadir Taiwan nos próximos dois anos.

As tensões militares fervilham no estreito depois que os exercícios, programados para terminar no domingo, continuara na segunda e nesta terça-feira. As medidas incluíram lançamentos de mísseis balísticos e ataques simulados no mar, ar e céus ao redor de Taiwan. O Comando do Teatro Oriental da China disse na segunda-feira que realizaria novos exercícios conjuntos com foco em operações antissubmarino e de ataques marítimos.

Na terça-feira, o comando disse que continuou realizando exercícios militares nos mares e no espaço aéreo ao redor de Taiwan, com navios de guerra, caças e aeronaves de alerta antecipado.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em seus primeiros comentários públicos sobre o assunto desde a visita de Pelosi, disse na segunda-feira estar preocupado com as ações da China na região, mas não com Taiwan.

“Estou preocupado que eles estejam se movendo tanto quanto estão”, disse Biden a repórteres. “Mas eu não acho que eles vão fazer nada mais do que já estão fazendo.”

O subsecretário de Defesa para Políticas, Colin Kahl, também disse que os militares dos Estados Unidos continuarão a realizar viagens pelo Estreito de Taiwan nas próximas semanas.

A China nunca descartou tomar Taiwan à força e, na segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse que Pequim está realizando exercícios militares normais “em nossas águas” de maneira aberta, transparente e profissional, acrescentando que Taiwan faz parte da China.

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Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China, dizendo que apenas o povo taiwanês pode decidir o futuro da ilha.

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