Chanceler indiano processa jornalista que o acusa de assédio sexual
M. J. Akbar é acusado por mais de dez mulheres; oposição ao governo e ativistas do #MeToo pedem sua demissão
O ministro das Relações Exteriores da Índia, Mobashar Jawed Akbar, abriu um processo judicial de difamação contra uma das dez mulheres que o acusaram de assédio sexual. Segundo ele, as alegações são falsas e mal-intencionadas.
A ação civil aberta pelo ministro identifica a jornalista Priya Ramani como a acusadora que “apresentou alegações mal-intencionadas, fabricadas e indecentes intencionalmente” para prejudicar sua reputação. Em um tuíte publicado nesta segunda-feira, 15, Ramani disse estar pronta para enfrentar a alegação de difamação, “já que a verdade, e a absoluta verdade, é minha única defesa”.
A reação do ministro na Justiça surge em meio a clamores generalizados nas redes sociais por sua renúncia de Akbar. Jornalista veterano de 67 anos e fundador de várias publicações, ele foi acusado por jornalistas mulheres de uma série de comportamentos inadequados. Muitas delas pediram que ele seja demitido e ameaçaram boicotar eventos nos quais ele participe até que ocorra a sua renúncia.
Mais de 200 manifestantes da ala jovem do partido de oposição no Congresso expuseram cartazes e entoaram slogans perto da casa de Akbar, em Nova Déli, nesta segunda-feira. Alguns saltaram barricadas e confrontaram-se com policiais. Dezenas de manifestantes foram detidos.
Akbar é uma das figuras mais notórias a enfrentar acusações do nascente movimento #MeToo indiano. Vários homens poderosos da mídia, do entretenimento e das artes já foram implicados em alegações de assédio e agressão sexual, que levaram a uma série de demissões.
(Com Reuters)