O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse nesta segunda-feira que está preocupado com a possibilidade de um confronto direto entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah.
Guterres afirmou que os sinais mais recentes entre Israel e o Hezbollah, movimento libanês classificado como terrorista e que tem apoio do Irã, mostraram o desejo de não deixar que isso aconteça, mas que “às vezes uma fagulha basta para desencadear este tipo de conflito”.
Na semana passada o Hezbollah disse que pode agir contra o Estado judeu ou suas instalações, se necessário, devido a uma disputa entre Israel e o Líbano por fontes de energia em alto mar.
Diplomatas dos Estados Unidos vêm realizando uma mediação entre os dois países devido a um aumento nas tensões, que também envolvem uma desavença a respeito de um muro de fronteira e do arsenal crescente do Hezbollah.
“Estou profundamente preocupado com escaladas difíceis de prever em toda a região”, disse Gutterres aos repórteres em Lisboa, sua cidade natal, também se referindo aos temores israelenses com várias milícias presentes na Síria que se aproximam de suas fronteiras.
“O pior pesadelo seria um confronto direto entre Israel e o Hezbollah… o nível de destruição no Líbano seria absolutamente devastador, então existem grandes motivos de preocupação com esta situação.”
O poderoso movimento xiita é parte do governo de coalizão libanês. Israel vê o Hezbollah como a maior ameaça à segurança de suas fronteiras.
O Hezbollah foi formado nos anos 1980 como um movimento terrorista de resistência à ocupação israelense no sul do Líbano. Os dois continuam sendo inimigos ferrenhos, mas não houve nenhum grande conflito entre eles desde a guerra de um mês ocorrida em 2006.