Chefe de gabinete diz que Trump passou por 24 horas ‘preocupantes’
Fala de Mark Meadows contrasta com declarações do médico da Casa Branca sobre quadro de saúde do republicano, internado com Covid-19
O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, afirmou neste sábado que os sinais vitais do presidente americano Donald Trump eram, ao longo das últimas 24 horas, “muito preocupantes” e que as próximas 48 horas “serão críticas” para seus cuidados no enfrentamento à Covid-19. A informação foi revelada pela Associated Press, e reforçada pelo jornal The New York Times.
“Ainda não estamos em um caminho claro rumo a uma recuperação completa”, acrescentou o chefe de gabinete da Casa Branca. As declarações de Meadows foram, inicialmente, publicadas sob anonimato. Os veículos de imprensa americanos, porém, decidiram revelar quem havia comentado sobre o estado de saúde de Trump.
A fala de Meadows contrasta com a versão dada pela equipe médica também neste sábado. Médico oficial da Casa Branca, Sean Conley afirmou durante coletiva de imprensa que o presidente americano estava bem, não teve febre nas últimas 24 horas e tem os sinais vitais normais.
Ao lado de outros nove médicos que monitoram o estado de saúde do republicano, Conley evitou responder a uma série de perguntas feitas pelos repórteres. Ele se negou a informar quando foi a última vez que Trump testou negativo para Covid-19 e disse que “no momento, o presidente não utiliza auxílio de oxigênio”. Perguntado se ele chegou a receber auxílio de respiradores ao longo das últimas 72 horas, o médico apenas repetiu a mesma informação.
Ainda de acordo com a Associated Press, o presidente Donald Trump recebeu oxigênio na sexta-feira, na Casa Branca, antes de ser transferido ao hospital militar Walter Reed. A equipe médica do presidente disse, neste sábado, que os sintomas da doença – tosse e congestão nasal – estão melhorando.
Em meio às informações truncadas sobre seu estado de saúde, Trump postou uma mensagem em seu perfil no Twitter em que elogia os médicos e enfermeiras do hospital militar. “Com a ajuda deles, eu estou me sentindo bem!”, escreveu.
Doctors, Nurses and ALL at the GREAT Walter Reed Medical Center, and others from likewise incredible institutions who have joined them, are AMAZING!!!Tremendous progress has been made over the last 6 months in fighting this PLAGUE. With their help, I am feeling well!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 3, 2020
Tratamento
Desde que foi internado, Trump recebeu uma dose única de oito gramas de um coquetel de anticorpos “policlonais”, desenvolvido pela farmacêutica Regeneron. O tratamento experimental pode reduzir o nível do vírus no corpo e encurtar as internações hospitalares, quando administrado no início da infecção.
O presidente americano recebeu ainda Remdesivir, um antiretroviral, vitamina D, zinco, melatonina, aspirina, famotidina, e um remédio para azia. O tratamento deve seguir nos próximos dias. “No momento, nossa preocupação é fazê-lo comer, beber, permanecer hidratado”, afirmou Ben Garibaldi, um dos médicos da equipe.
Até o momento, a hidroxicloroquina, remédio que foi defendido por Trump para pacientes infectados, não faz parte do tratamento. Segundo Conley, Trump perguntou se o medicamento não seria indicado, mas os médicos teriam dispensado seu uso.