O tenente-general Abdel Fattah al-Burhan Abdelrahman, novo chefe militar do Sudão, prometeu neste sábado, 13, que um governo civil voltará a ser formado no país após consultas a oposição em um período de transição que terá a duração de, no máximo, dois anos.
“Iniciaremos um diálogo com os partidos políticos para estudar como administrar o Sudão. Haverá um governo civil e não vamos intervir na composição”, disse. “Não é um golpe de estado militar, e sim uma tomada de decisão a favor do povo”, completou.
Na quinta-feira, o ditador do país, Omar Bashir, foi deposto pelos militares após 30 anos no poder. Em um pronunciamento pela televisão, Abdel Fattah cancelou o toque de recolher noturno que vigorava no Sudão e anunciou a libertação de presos detidos por decretos autoritários do agora ex-ditador.
Diferentemente do que estão propondo os militares, os grupos civis que comandaram protestos contra o regime derrubado não aceitam o período de transição e defendem a formação imediata de um governo civil no país. Nos últimos meses, o regime de Bashir entrou em colapso após a disparada da inflação e da repressão de opositores.
A Junta Militar que governa o Sudão confirma que o ex-ditador está preso, mas disse que ele não será extraditado do país, como quer o Tribunal Penal Internacional (TPI). A Corte determinou a captura de Omar Bashir, considerado culpado de um genocídio na região de Darfur.
(Com Reuters e AFP)