Apontado como um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraguai, o traficante brasileiro Eduardo Aparecido de Almeida, conhecido como Pisca, foi preso nesta quarta-feira (18) em uma casa de luxo em Assunção, junto com um agente da polícia local que o protegia.
O brasileiro contava com seis ordens de captura por delitos ligados ao tráfico de drogas e armas, associação criminosa, sequestro e homicídios.
Procurado pela Justiça brasileira por diversos crimes, Almeida, de 39 anos, foi acusado de ser um dos responsáveis, em 2006, pelo sequestro da mãe do ex-lateral Kléber, que na época defendia o Santos e passou também por Corinthians e Internacional, entre outros clubes. Ele também possuía a função de fortalecimento das rotas de tráfico oriundas da Bolívia dentro da organização criminosa.
Segundo o ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Hugo Vera, não consta nenhum registro de entrada do traficante em território paraguaio, o que leva a crer que ele utilizou documentos falsos.
Vera explicou que está em trâmite o processo de “expulsão rápida” de Almeida para o Brasil. O criminoso deverá ser levado para Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, para ser entregue às autoridades brasileiras.
Durante a operação policial que levou à prisão do traficante, ele tentou fugir pelos fundos da casa, localizada no bairro Herrera, próxima da sede da Controladoria Geral da República, mas foi interceptado.
A casa pertence ao ex-jogador de futebol do Cerro Porteño Roberto Nanni e tinha um sistema de câmeras de segurança que mostrava a movimentação em todo o quarteirão. Além de Almeida, foi preso o brasileiro Ricardo Moraes Alves e o policial paraguaio Carlos Alfredo Mendoza. O paraguaio emprestava seus documentos de identidade ao criminoso do PCC e realizava atividade de segurança no local.
Apesar do esquema de segurança, as autoridades informaram que ele levava uma vida tranquila e aproveitava o tempo para fazer passeios turísticos e de compras dentro do Paraguai. Carros, motos e relógios foram apreendidos na casa, mas armas não foram encontradas.
A operação de prisão foi executada em conjunto entre a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e o Ministério Público paraguaios, com informações da Polícia Federal brasileira.
A facção
Denúncia oferecida pelo Ministério Público à Justiça neste mês detalhou o funcionamento da organização criminosa. O documento mostrou que o PCC montou um setor de “recursos humanos”, responsável pela manutenção de um cadastro atualizado de seus integrantes, além de ter organizado cursos de fabricação de bombas e de formar um “time” de matadores profissionais. Os criminosos chegaram a organizar uma espécie de “código penal” para seus membros. O promotor Lincoln Gakyia, que investiga o grupo, definiu o PCC como a maior organização criminosa da América do Sul.
(Com EFE e Estadão Conteúdo)