A ex-analista militar americana Chelsea Manning, detida há dois meses por se recusar a depor contra o fundador de WikiLeaks Julian Assange, foi liberada na quinta-feira, mas pode retornar à prisão na próxima semana.
No início de março, Manning foi detida por desacato à justiça depois que se negou a depor diante do grande júri responsável por investigar o WikiLeaks e seu fundador, para quem ela repassou em 2010 uma grande quantidade de documentos confidenciais.
A libertação foi motivada pela expiração dos 62 dias de detenção determinados pelo grande júri, explicou o grupo The Sparrow Project, que apoia Manning.
“Infelizmente, antes mesmo da libertação, Chelsea recebeu uma nova intimação. Isto significa que deve se apresentar a um grande júri diferente na quinta-feira 16 de maio”, afirmou o grupo em um comunicado.
“Chelsea vai continuar se recusando a responder as perguntas”, informou The Sparrow Project, o que significa que pode retornar à prisão.
Fundamentais na justiça americana, os grandes júris, grupos de cidadãos escolhidos por sorteio, são responsáveis por investigar em total sigilo assuntos penais federais considerados graves.
Em 11 de abril, Assange foi detido na embaixada do Equador em Londres, onde permaneceu refugiado por sete anos. Ele é objeto de um pedido de extradição dos Estados Unidos.
Manning foi condenada em 2013 a 35 anos de prisão em uma corte marcial pela divulgação de 750.000 documentos diplomáticos e informações militares, o que provocou um grande embaraço para Washington.
A sentença foi comutada pelo presidente democrata Barack Obama e ela foi libertada em maio de 2017, depois de passar sete anos na prisão, período em que iniciou seu processo de transição para o sexo feminino.
Na época em que vazou os documentos para o WikiLeaks, Chelsea Manning, uma mulher transexual então conhecida como Bradley Manning, era uma analista de inteligência militar.