Em resposta à nova barreira tarifária imposta pelos Estados Unidos, o governo da China anunciou nesta terça-feira 18 a imposição de tarifas às importações de produtos americanos que totalizam 60 bilhões de dólares. O Ministério do Comércio do país asiático também apresentou na Organização Mundial do Comércio (OMC) uma queixa contra a medida protecionista americana.
“A China será forçada a adotar retaliação para proteger seus interesses e direitos legítimos, assim como a ordem do livre -comércio global”, disse o ministério chinês em nota. Acrescentou esperar que os Estados Unidos considerem as “consequências danosas” de sua ação e que a corrija a tempo com “medidas convincentes”.
“Apesar da decidida oposição da China e da apresentação de queixas formais, os EUA insistiram em adotar uma postura errônea, violando as normas da Organização Mundial do Comércio”, diz o comunicado divulgado pelas autoridades chinesas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem a imposição, a partir do próximo dia 24, de tarifa adicional de 10% a 200 bilhões de dólares em importações de produtos chineses. O presidente americano ainda ameaçou lançar uma terceira rodada de tarifas, caso a China retaliasse.
“A China tem de responder para manter seus direitos e interesses, além da situação de livre-comércio”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang.
Diante dos últimos acontecimentos, o temor da comunidade internacional é de que as retaliações mútuas e o avanço protecionista americano saiam do controle, afetando a economia mundial. O contexto de guerra comercial entre as duas economias já está dado.
O próprio Tesouro americano advertiu em várias ocasiões que a maior ameaça para o crescimento econômico americano era uma guerra comercial.
Após conhecer a decisão dos Estados Unidos, a Câmara de Comércio dos EUA na China (AmCham China) criticou as novas tarifas e afirmou que as empresas americanas que operam no gigante asiático serão prejudicadas.
O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela estabilidade financeira, Valdis Dombrovskis, que está na China em visita oficial, disse que a decisão americana aumentará os riscos de queda da atividade econômica.
(Com EFE e Reuters)