China condena plano da Otan para abrir escritório no Japão
Premiê japonês disse que país não pretende entrar na aliança militar, mas sede local serve aos interesses da segurança nacional
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse nesta quarta-feira, 24, que a região da Ásia-Pacífico não vê com bons olhos o plano da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de abrir um escritório no Japão.
“Queremos dizer que a Ásia-Pacífico não dá boas-vindas ao confronto de grupo, não dá boas-vindas ao confronto militar”, disse Mao.
A China acrescentou que o Japão deveria ser “extremamente cauteloso na questão da segurança militar”, devido ao seu “histórico de agressão”.
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O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o país não tem planos de se tornar um membro da aliança militar liderada pelos Estados Unidos, apesar dos planos para um escritório em Tóquio. A unidade teria objetivo de facilitar as consultas na região e seria o primeiro situado na Ásia.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, revelou no início deste mês que estava em negociações para a abertura do escritório da aliança. O chanceler citou a invasão russa na Ucrânia como uma das razões para o interesse em manter a Otan mais perto.
Segundo ele, a situação no leste europeu forçou as autoridades japonesas a repensar a segurança regional. Além disso, Tóquio também enfrenta um aumento nas tensões com a Coreia do Norte, de um lado, e a expansão da influência chinesa, do outro. Em resposta, o país também anunciou os maiores planos de reforço militar desde a Segunda Guerra Mundial.
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A Otan já tem escritórios semelhantes em outros lugares, como a Ucrânia e Viena. Porém, a presença no Japão facilitaria acesso mais aprofundado aos parceiros regionais da organização, como Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
A China já havia alertado sobre uma possível expansão da Otan na Ásia. Autoridades chinesas também acreditam que a abertura do escritório da organização vai minar a paz e a estabilidade da região. Segundo Pequim, a alta vigilância é necessária enquanto a aliança militar liderada pelos americanos continua sua “expansão para o leste”.