A China fez um acordo secreto com Cuba para estabelecer uma base de espionagem eletrônica na ilha, a cerca de 160 quilômetros da Flórida, informou a mídia americana nesta quinta-feira, 8. A Casa Branca, no entanto, disse que a informação é “imprecisa”.
O jornal americano The Wall Street Journal e a emissora CNN consultaram fontes de inteligência dos Estados Unidos, que disseram que a base permitiria que os chineses interceptem comunicações eletrônicas em todo o sudeste do território americano. A Casa Branca já estaria ciente do plano, porém ainda não está claro se a China já começou a construir a instalação de vigilância.
Esta não seria a primeira vez que a China tenta espionar as comunicações do governo americano, conhecidas como inteligência de sinais. Em fevereiro, um balão chinês que transitou pelo território do país e foi abatido por suas forças armadas, foi capaz de coletar sinais de inteligência que provavelmente foram transmitidos a Pequim em tempo real.
Os Estados Unidos tomaram medidas para proteger sites sensíveis e censurar sinais de inteligência antes de derrubar o balão. No entanto, não está claro o que os americanos podem fazer para impedir a construção de uma instalação de espionagem chinesa em Cuba.
Embora a base espiã em território cubano seja preocupante, o governo chinês já estabeleceu pontos de apoio dentro dos Estados Unidos, também conhecidas como delegacias de polícia secreta que o presidente americano, Joe Biden, já começou a reprimir.
A Casa Branca, no entanto, lançou dúvidas sobre a veracidade da operação.
“Nós vimos as reportagens. Não são precisas”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, à agência de notícias Reuters. Mas ele não especificou o que achava que estava incorreto.
Kirby também disse que os Estados Unidos têm “preocupações reais” sobre o relacionamento da China com Cuba e o estão monitorando de perto.
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A Casa Branca também já fez operações de espionagem perto da China, utilizando aeronaves de reconhecimento. Um destes aviões americanos foi recentemente interceptado por um caça chinês, o que foi descrito pelo governo americano como uma manobra perigosa e pouco profissional.
A revelação sobre a base de espionagem em Cuba ocorre enquanto as relações sino-americanas atingiram um ponto baixo, após o incidente do balão espião e várias manobras agressivas de aeronaves e navios chineses contra artefatos militares americanos no Mar da China Meridional.
Atualmente, Washington tenta resfriar tensões com Pequim, e inclusive mandou o chefe da CIA, Bill Burns, para o país. Nas próximas semanas, o secretário de Estado, Antony Blinken, também deve visitar a China.
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Entretanto, na semana passada, o chefe de defesa chinês recusou um pedido de reunião do secretário de Defesa americano, Lloyd Austin. Ele alertou, ainda, que Washington deveria parar de operar perto de águas e espaço aéreo chineses.