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China, Geórgia e França disputam comando da FAO no domingo

Governo Bolsonaro declarou apoio ao chinês Qu Dongyu para dirigir a agência da ONU de combate à fome

Por Da Redação
Atualizado em 21 jun 2019, 17h35 - Publicado em 21 jun 2019, 17h31

Representantes da China, Geórgia e França disputam neste domingo, 23, a sucessão do brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) desde 2012. O vice-primeiro ministro chinês de Agricultura, Qu Dongyu, é cotado como favorito. Ele tem apoio dos países que compõe o G77, entre os quais o Brasil.

A eleição do novo diretor, que presidirá a agência da ONU por quatro anos, será realizada na sede da organização, em Roma, por votação secreta. No total, 194 países participarão de uma votação-chave, na qual cada país representa um voto.

O chinês Qu Dongyu, de 55 anos, é biólogo de formação e trabalhou durante 30 anos no setor agrícola e alimentar, no desenvolvimento de tecnologias digitais para agricultura e áreas rurais, onde também introduziu o microcrédito em seu país.

O governo brasileiro declarou seu apoio a Qu Dongyu em maio. “O governo brasileiro apoia a candidatura de Qu Dongyu, vice-ministro da Agricultura e de Assuntos Agrícolas da China”, indicou uma nota conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura.

O apoio acontece apesar do alinhamento diplomático do governo do presidente Jair Bolsonaro com os Estados Unidos, imerso atualmente em uma guerra comercial com a China.

Segundo o ex-embaixador brasileiro em Washington e atual presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), Rubens Barbosa, tratou-se de uma decisão “normal”, devido a mudança da retórica do governo Bolsonaro contra a China.

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O candidato georgiano, Davit Kirvalidze, ministro da Agricultura de seu país de 2000 a 2004, acredita que “o setor privado deve produzir mais e melhor”, declarou.

“Conheço a fome, sofri pessoalmente, e é com isso que contribuo”, afirmou durante uma conferência na FAO, na qual defendeu a luta contra o desperdício de alimentos, investimentos em comunidades rurais e a digitalização da agricultura.

A França indicou a primeira mulher a tentar ocupar essa posição nos 74 anos da FAO. Trata-se de Catherine Geslain-Lanéelle, de 55 anos, ex-diretora da Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). Ela trabalhou toda sua vida nos setores agrícola e agroalimentar.

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O futuro chefe da FAO enfrentará um dos maiores desafios para a humanidade: o aumento da fome no mundo devido ao efeito combinado do aquecimento global e de conflitos, especialmente na África e no Oriente Médio.

Segundo a ONU, uma estratégia real será necessária para alimentar uma população mundial que atingirá 10 bilhões de pessoas em 2050 – 2 bilhões a mais do que atualmente.

A segurança alimentar, o desenvolvimento agrícola, a agroindústria, o comércio, a biotecnologia, o clima e o meio ambiente são algumas das questões em discussão, disse Manuel Lafont Rapnouil, do Conselho Europeu de Relações Internacionais (ECFR).

(Com AFP)

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