A CIA negou categoricamente neste sábado as informações publicadas pelo jornal New York Times segundo as quais um misterioso cidadão russo teria extorquido 100.000 dólares da agência de inteligência americana, depois de oferecer informações supostamente comprometedoras sobre o presidente Donald Trump.
A agência de inteligência, que raramente faz comentários sobre assuntos publicados pela imprensa, negou um artigo no New York Times e um semelhante publicado no jornal online The Intercept.
“A história de ficção de que a CIA foi extorquida num montante de 100.000 dólares é obviamente falsa”, declarou a Agência Central de Inteligência em um comunicado enviado à AFP. “As pessoas enganadas aqui foram James Risen e Matt Rosenberg”, acrescentou a CIA, citando os repórteres do NYT e The Intercept, respectivamente. Ambos os artigos foram divulgados na sexta-feira.
Trump também respondeu ao artigo do NYT, um meio que ele geralmente acusa de publicar “notícias falsas”. “Um russo vendeu segredos falsos sobre ‘Trump’ para os Estados Unidos”, escreveu o presidente republicano no Twitter, pedindo que “drenem o pântano”, em referência ao que considera uma reforma necessária nas agências de inteligência do país.
As matérias publicadas garantem que agentes da CIA passaram grande parte de 2017 tentando recuperar através de seu “contato” russo programas de espionagem roubados da NSA, a agência de segurança nacional dos Estados Unidos.
O russo, que não é identificado, mas que diz ter laços com redes de cibercriminosos e com a inteligência russa, entrou em contato com os americanos para lhes oferecer as ferramentas roubadas. De acordo com o NYT, os americanos estavam “desesperados” para recuperá-las.
Contatado através de uma cadeia de intermediários, o vendedor teria recebido os 100.000 dólares como adiantamento por agentes.
O vendedor também teria pressionado os americanos oferecendo material comprometedor sobre Trump, de acordo com o jornal, que cita em sua reportagem oficiais da inteligência americana e europeia, o russo e comunicações revisadas pelo jornal.
Nos Estados Unidos, uma investigação é conduzida pelo procurador especial Robert Mueller sobre possíveis ligações entre a campanha presidencial de Trump e Moscou.