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Cinco milhões de pessoas foram deslocadas pela guerra civil no Sudão

Após quatro meses de violência, Organização Internacional para Migrações diz que 1,1 milhão de sudaneses deixaram seu país

Por Da Redação
Atualizado em 6 set 2023, 09h57 - Publicado em 6 set 2023, 09h37
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  • A Organização Internacional para as Migrações (OIM) disse em relatório nesta quarta-feira, 6, que 5 milhões de pessoas já foram deslocadas pela guerra civil no Sudão, após quatro meses de violentos combates entre o exército e uma força paramilitar rival.

    Segundo a OIM, mais de 4 milhões de pessoas foram deslocadas internamente no Sudão desde abril, quando eclodiram os combates entre o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.

    Enquanto isso, outras 1,1 milhão de pessoas fugiram para países vizinhos, mais de 750 mil delas para o Egito ou Chade. O número de deslocados reflete um alerta da ACNUR, agência das Nações Unidas para refugiados, de que seriam necessários mais de US$ 1 bilhão para apoiar sudaneses refugiados em outras nações.

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    Dentro do país, segundo a OIM, cerca de 24,7 milhões de pessoas, ou metade da população, precisam de ajuda humanitária e proteção.

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    Até agora, as tentativas da comunidade internacional em mediar o conflito não surtiram efeito. Pelo menos nove acordos de cessar-fogo foram assinados, mas todos foram rompidos. Enquanto isso, a escassez de alimentos, água, medicamentos e combustível piorou devido à interrupção das rotas comerciais, o que também fez subir os preços de todos os bens básicos.

    O ACNUR projeta que mais de 1,8 milhões de sudaneses devem se deslocar a cinco países vizinhos até ao final de 2023, o dobro da estimativa anterior, feita em maio.

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    “A crise desencadeou uma procura urgente de assistência humanitária, uma vez que aqueles que chegam a zonas fronteiriças remotas se encontram em circunstâncias desesperadoras devido a serviços inadequados, infraestruturas precárias e acesso limitado”, disse Mamadou Dian Balde, diretor do escritório regional do ACNUR para o Leste e Chifre da África e Grandes Lagos.

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    Segundo Balde, a situação de saúde é terrível entre os recém-chegados à República Centro-Africana, Chade, Egito, Etiópia e Sudão do Sul, com elevadas taxas de desnutrição e surtos de doenças como cólera e sarampo.

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    O Sudão mergulhou no caos há quase cinco meses, quando tensões entre o exército regular e paramilitares se transformaram em guerra aberta. Os combates reduziram a capital do Sudão, Cartum, a um campo de batalha urbano, enquanto os dois lados ainda brigam pelo controle da cidade.

    Na região ocidental de Darfur – palco de uma campanha genocida no início da década de 2000 –, o conflito transformou-se em violência étnica. Segundo as Nações Unidas, as FAR, junto a milícias árabes aliadas, estão atacando minorias étnicas africanas.

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    As negociações formais de paz, mediadas pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita, foram suspensas no final de junho. Ambos os mediadores criticaram publicamente as FAR e o exército regular por sucessivamente violarem o cessar-fogo.

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