A coalizão militar árabe liderada pela Arábia Saudita disse nesta segunda-feira que fechará todo o acesso terrestre, marítimo e aéreo ao Iêmen para deter o fluxo de armas que chegam aos rebeldes houthis vindo do Irã.
A medida, que se segue à interceptação de um míssil disparado contra Riad no sábado, deve agravar uma crise humanitária no Iêmen que já deixou cerca de 7 milhões de pessoas à beira da fome e mais de meio milhão de infectados com cólera, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
“O Comando das Forças da Coalizão decidiu fechar temporariamente todos os portos aéreos, marítimos e terrestres iemenitas”, disse a coalizão em um comunicado publicado pela agência de notícias estatal saudita SPA. O comunicado acrescentou que os agentes e suprimentos humanitários continuarão a poder entrar e sair do Iêmen.
No entanto, as Nações Unidas não receberam autorização para realizar dois voos para o país previstos para essa segunda-feira, disse o porta-voz da ONU Farhan Haq. “Estamos em contato com nossos colegas para ver se conseguimos restaurar nosso acesso normal”, afirmou.
A ONU e organizações internacionais de ajuda humanitária vêm criticando a coalizão árabe por impedir o ingresso de ajuda, especialmente ao norte do Iêmen, que é controlado pelos rebeldes houthis. O grupo é apoiado por Teerã e combate a coalizão liderada pelos sauditas, que atua militarmente no país desde 2015 para restabelecer uma liderança central.
A Arábia Saudita e seus aliados do Golfo Pérsico, entre eles Egito, Emirados Árabes Unidos e Sudão, deixaram claro que veem o Irã como o principal responsável pelo conflito iemenita, que deixou mais de 10.000 mortos nos últimos dois anos.
O ministro das Relações Exteriores saudita, Adel al-Jubeir, disse em sua conta de Twitter nesta segunda-feira que Riad se reserva o direito de responder ao que classificou de “ações hostis” iranianas. Seu colega do Barein, xeique Khaled bin Ahmed al-Khalifa, também tuitou dizendo que o Irã é o verdadeiro perigo da região.
Já o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse que a Arábia Saudita culpa Teerã pelas consequências de suas próprias “palavras de agressão”.